Ex-sócio de Lulinha fez lobby com Alckmin em viagem à China, diz PF

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Kalil Bittar, lobista e empresário, é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) que analisa sua atuação durante uma viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) à China. O caso é parte da operação Coffee Break, que investiga um suposto esquema de desvio de verbas da educação.

Bittar foi sócio de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Lula (PT), até julho de 2023. Na quarta-feira (12), ele foi investigado por suposto tráfico de influência em favor de André Gonçalves Mariano, central na apuração da Coffee Break.

Segundo o relatório da PF, Bittar recebeu R$ 210 mil em “mesadas” de Mariano para defender interesses privados em órgãos públicos. Esta dinâmica é parte de um esquema que, segundo a PF, também envolvia corrupção de servidores públicos para vencer licitações em quatro municípios de São Paulo.

Em uma decisão judicial, a juíza Raquel Coelho Dal Rio Silveira notou que Bittar aparece em fotos com a comitiva de Alckmin na China. Ele teria enviado essas imagens para provar sua relação com autoridades locais.

Alckmin afirma: comitiva não tinha empresários

A assessoria de Alckmin afirmou ao Metrópoles que sua viagem à China foi feita sem a presença de empresários em sua comitiva, enfatizando que eles não foram convidados.

Bittar começou a trabalhar com Mariano em 2021 e foi peça-chave para expandir o esquema após as eleições de 2022. A Justiça aponta que ele passou a buscar influências em novos ministérios e estados controlados pelo PT.

Núcleo de influência

O esquema, em funcionamento desde 2021, envolvia a Life Tecnologia e várias figuras públicas. Mariano criava demandas pelos produtos da empresa, o que fraudava processos licitatórios em troca de propinas aos agentes públicos.

Os preços cobrados pela Life chegavam a ser 35 vezes maiores do que o valor de mercado. Por exemplo, um livro que custava R$ 5 era vendido por R$ 80.

Além de Bittar, o núcleo de influência incluía Carla Ariane Trindade, ex-nora de Lula, e alguns secretários municipais, que ajudaram a facilitar pagamentos superfaturados.

Como o esquema funcionava

  • Funcionava desde 2021 com três núcleos principais: Life Tecnologia, agentes públicos e doleiros.
  • Mariano tinha acesso privilegiado aos secretários de Educação, manipulando o processo licitatório.
  • Os valores da Life eram artificiais, usando direções corruptas para favorecer a empresa.
  • Os secretários e influenciadores ajudavam a liberar e direcionar pagamentos.
  • Após as eleições de 2022, o esquema cresceu com a influência de Bittar no governo.
  • A operação da PF resultou em 50 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões.

Resposta do vice-presidente

A assessoria do vice-presidente fez um esclarecimento sobre as viagens, ressaltando que ele não leva empresários ou escolhe quem deve viajar ou manter relações comerciais com a China. Alckmin também se disse aberto a fotografias com qualquer um que o solicite.

A defesa de Kalil Bittar foi contatada e aguarda resposta. O Ministério da Educação ainda não se manifestou sobre o assunto, mas o espaço está aberto para comentários.

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