Membros de comitê palestino para governar Gaza já foram definidos

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A Turquia anunciou a aprovação da lista de membros do comitê palestino responsável pela administração da Faixa de Gaza durante a transição. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, fez o comunicado em entrevista à mídia turca no último sábado.

“Precisamos agilizar a entrega de suprimentos médicos, alimentos e itens de primeira necessidade para Gaza. É fundamental organizar acomodações temporárias e aprovar um projeto relevante no Conselho de Segurança da ONU. A criação de um comitê político, composto por palestinos, será essencial para otimizar a vida na Faixa de Gaza, abordando questões como o fornecimento de eletricidade e água, além da distribuição de alimentos”, afirmou Fidan.

O chanceler destacou que, apesar de serem políticos, os integrantes do comitê são nomes bem conhecidos e respeitados na região. “O comitê palestino vai assumir a administração diária de Gaza. Precisaremos estabelecer uma força policial, e isso levará tempo. Esse período pode gerar vulnerabilidades, dificultando a entrega da ajuda na quantidade necessária”, acrescentou.

O novo comitê, composto por tecnocratas, será encarregado de gerenciar serviços básicos, como eletricidade, água e distribuição de alimentos. Isso será feito enquanto se organiza a formação de uma força policial local.

Esse grupo, sem viés político, é visto como a chave para estabilizar a Faixa de Gaza durante a transição pós-guerra.

Contexto de tensões com Israel

As declarações do chanceler ocorrem em um cenário de alta tensão diplomática entre Turquia e Israel. No início de novembro, a Procuradoria-Geral de Istambul emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e 36 altos funcionários israelenses, com acusações de genocídio e crimes contra a humanidade relacionados a operações militares na região.

Os citados incluem o ministro da Defesa, Israel Katz, e o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir. O governo turco argumenta que ações de Israel, como a interceptação da flotilha Sumud, que levava ajuda humanitária a Gaza, contribuíram para agravar a situação e motivaram as ordens judiciais.

Cessar-fogo frágil

Fidan já havia levantado críticas em relação ao frágil cessar-fogo entre Israel e Hamas, indicando que a ajuda humanitária prometida ainda não havia chegado à Gaza. “Existem fortes indícios de que Israel, sob a liderança de Netanyahu, não acredita nos objetivos principais do cessar-fogo. O lado palestino está cumprindo as condições do acordo com grande responsabilidade”, declarou.

O chanceler defendeu que o Conselho de Segurança da ONU deve discutir o envio de uma força internacional de estabilização para garantir a trégua. A Turquia busca se posicionar como mediadora do conflito e, na semana passada, promoveu uma reunião com diplomatas de países árabes e parceiros internacionais sobre o tema.

Desde agosto, a Turquia suspendeu totalmente relações comerciais e logísticas com Israel, proibindo navios turcos de entrar em portos israelenses e restringindo o uso do espaço aéreo por aeronaves israelenses. “Nenhum outro país rompeu de forma tão completa os laços com Israel”, afirmou Fidan.

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