Desde o fim da ditadura militar em 1964, quase todas as eleições presidenciais brasileiras ocorreram sob a influência de Lula. A primeira, em 1989, teve Fernando Collor como vencedor, com Lula em segundo lugar.
Fernando Henrique Cardoso conquistou as presidências em 1994 e 1998, derrotando Lula com facilidade. O ex-presidente finalmente se elegeu em 2002 e foi reeleito em 2006, deixando seus adversários, José Serra e Geraldo Alckmin, sem chances.
As eleições de 2010 e 2014 foram vencidas por Dilma Rousseff, apoiada por Lula. A situação mudou em 2018, quando, com Dilma afastada e Lula preso, Jair Messias Bolsonaro venceu a disputa.
Uma novidade no cenário político ocorreu em 2022, quando Bolsonaro, favorito até então, foi derrotado por Lula, mesmo que por uma diferença apertada de votos. A próxima eleição, em 2026, também ocorrerá sob a influência de Bolsonaro, independentemente de onde ele esteja — cumprindo pena ou em um prisão domiciliar.
A presença de Bolsonaro será decisiva para a direita, que enfrentará Lula, que busca a reeleição. Se a família Bolsonaro optar por Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, isso poderá definir os rumos da campanha. Caso contrário, Flávio Bolsonaro, o filho de Jair, pode ser o escolhido.
Outros nomes podem surgir na corrida presidencial, mas as chances de vitória são baixas. Lula pode até conseguir a reeleição no primeiro turno, algo que nunca realizou até agora.
A possibilidade de Flávio derrotar Lula parece remota, mas ele é o único que pode manter a base de votos do pai. Transferir essa herança para outro candidato é um desafio. Por que arriscar?
Com tempo a seu favor, Bolsonaro não precisa se apressar em sua decisão. Quanto mais esperar, mais aumentará seu poder de influência. Mesmo que não tenha o domínio da razão, ele certamente controla o tempo.

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