O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, fez declarações nesta quarta-feira sobre a tensão diplomática gerada por seus comentários sobre Belém. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve concordar que a Alemanha é um dos países mais bonitos do mundo.
A polêmica surgiu na semana passada, quando Merz deu um discurso no Congresso Alemão do Comércio. Durante a Cúpula de Líderes, evento preparatório para a COP30, ele revelou que sua delegação se sentiu aliviada ao voltar à Europa após a visita a Belém. Merz questionou jornalistas se alguém gostaria de ficar na cidade, e ninguém se manifestou, o que ele interpretou como um sinal de contentamento em deixar “aquele lugar”.
Após a repercussão negativa, o governo alemão não pleiteou desculpas formais. O porta-voz Stefan Kornelius considerou que as interpretações das falas foram distorcidas e que não houve intenção de desmerecer o Brasil. Ele explicou que os comentários refletiam o cansaço da equipe após longas jornadas e não um julgamento sobre a cidade.
Merz reafirmou essa posição, destacando que enviou cumprimentos a Lula e espera um encontro cordial com o presidente na África do Sul.
No Brasil, Lula deu seu parecer sobre os comentários de Merz, sugerindo que a experiência do chanceler em Belém foi limitada. Ele mencionou que, se Merz tivesse se aprofundado na cultura local — como dançar e experimentar pratos típicos, como a maniçoba —, teria notado que a qualidade de vida em Belém supera a da capital alemã. Além disso, Lula destacou que a COP30 colocou o estado em evidência internacional.
As declarações de Merz também geraram reações negativas entre autoridades locais. O governador do Pará, Helder Barbalho, ironizou a crítica de representantes de países que contribuíram para o aquecimento global ao questionar o calor na Amazônia. O prefeito de Belém, Igor Normando, classificou a atitude do chanceler como arrogante e preconceituosa.
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