Baiano de coração: Jimmy Cliff morou em Salvador, colaborou com Olodum e torcia para o Bahia

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A distância de 5.480 km não impediu que o jamaicano Jimmy Cliff, ícone do reggae, se conectasse profundamente com Salvador. O artista, que faleceu nesta segunda-feira, fez da capital baiana seu lar ao longo de sua carreira.

Considerado um dos pioneiros do reggae, Jimmy ajudou a popularizar o gênero pelo mundo e recebeu dois Grammy com os álbuns “Cliff Hanger” (1985) e “Rebirth” (2012). Sua relação com Salvador foi tão intensa que ele criou uma verdadeira ponte cultural entre a Jamaica e a Bahia.

Jimmy primeira conheceu a Bahia no final dos anos 70 e imediatamente se encantou. Na década de 80, decidiu que Gilberto Gil seria o responsável por abrir todos os seus shows no Brasil. Em Salvador, ele se apresentou para um público de cerca de 60 mil pessoas.

Nos anos 90, ele aprofundou seu envolvimento com a música baiana, colaborando com o Olodum. Durante o Festival de Música e Arte Olodum (Femadum), gravou parte do álbum “Breakout”, de 1992, na Bahia.

O Olodum se manifestou em suas redes sociais após a morte de Jimmy Cliff: “Ele deixou um legado de diálogo entre povos e valorização das raízes. Tivemos o privilégio de gravar com ele, expressamos nossa solidariedade à família e amigos”.

O artista também trabalhou com a banda Araketu e participou do álbum “Kindala” de Margareth Menezes, onde cantou “Me Abraça e Me Beija”. Margareth compartilhou suas lembranças sobre Jimmy, ressaltando a importância de seu legado na música e na cultura.

Margareth apresentou Jimmy à artista visual Sônia Gomes, com quem ele teve a filha Nabiyah. Em um podcast, ela contou como seus pais se conheceram em uma cerimônia de ayahuasca em Salvador.

A conexão de Jimmy com a Bahia também incluía o futebol. Em 1991, ele assistiu a um jogo na Fonte Nova, onde viu o Bahia enfrentar o Atlético Paranaense e o Vitória jogar contra o Sport. Nas redes sociais, o clube expressou sua tristeza pela perda do cantor, que se tornou torcedor do Bahia.

Jimmy recebeu homenagens de vários artistas, incluindo a banda Ara Ketu, com quem gravou “Samba Reggae”. O grupo destacou a importância de Jimmy para a música baiana e seu impacto duradouro.

Jimmy Cliff faleceu aos 81 anos. De acordo com sua esposa, Latifa, ele sofreu uma convulsão seguida de pneumonia. Jimmy deixa dois filhos, Aken e Lilty, além de Nabiyah Be.

A história de Jimmy Cliff é um testemunho do poder que a música tem de unir povos e culturas. Qual sua lembrança ou homenagem favorita a esse grande artista? Comente abaixo e compartilhe suas memórias.

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