O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que rompeu relações com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). Motta declarou: “Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias”, realçando a deterioração da já instável relação do governo Lula com o Congresso.
Esse novo atrito ocorre em um momento crítico, onde o Planalto também enfrenta dificuldades com o Senado. Líderes próximos a Motta indicam que a interação entre ele e Lindbergh será estritamente institucional daqui em diante.
Nos últimos meses, a equipe de Motta se queixou da postura de Lindbergh, que foi acusado de se exaltar nas discussões e de tentar desgastar a imagem da Câmara. A cúpula da Casa critica o comportamento do deputado em reuniões semanais, sugerindo que ele atua mais como líder do governo do que como representante do PT. Lindbergh, conhecido por defender as pautas do Executivo, usa redes sociais e a tribuna para se expressar.
O rompimento foi intensificado pela recente aprovação do projeto de lei antifacção na Câmara. Integrantes da cúpula da Casa reclamaram, em off, da atuação do governo e dos ministros durante a tramitação, alegando que foram gerados ataques ao Legislativo e disseminadas “narrativas” distorcidas sobre o conteúdo do projeto.
A tensão aumentou ainda mais após Motta escolher o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto. Derrite, que é o secretário de segurança de Tarcísio de Freitas, um potencial rival de Lula em 2026, fez mudanças no texto que foram mal recebidas pelo governo, resultando em uma derrota ao Executivo.
Um insider do Centrão, o bloco majoritário, descreveu o clima entre parlamentares e o Planalto como “muito ruim”, citando acordos não cumpridos pelo Executivo, seja na redistribuição de cargos ou na execução orçamentária. Aliados de Motta negam um rompimento com Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), mas admitem que a relação de Motta com a ministra também foi prejudicada. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), é visto como uma figura que tenta amenizar essa situação.
Esse novo desentendimento na Câmara ocorre em um contexto onde o governo também enfrenta dificuldades com o Senado, especialmente após a indicação de Jorge Messias para uma vaga no STF. A cúpula do Senado reagiu negativamente, e o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) anunciou sua intenção de agir contra a indicação.
O cenário político está cada vez mais tenso, e a relação entre o Congresso e o governo não parece ter um caminho claro pela frente. O que você acha que deve ser feito para melhorar essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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