Antes de assumir novamente a presidência, Donald Trump afirmou que conseguiria parar a guerra na Ucrânia em apenas 24 horas. Embora esse prazo não tenha se concretizado, Trump mantém seu objetivo e começou a reunir russos, ucranianos e representantes da União Europeia para discutir um possível acordo.
O ex-presidente, ao contrário de Joe Biden, que evitou diálogo com Moscou, não esconde sua relação amigável com Vladimir Putin. Em agosto, convocou o líder russo para uma reunião em Anchorage, no Alasca, que não resultou em um acordo. Apesar de várias conversas, Trump decidiu retomar os esforços após intermediar uma trégua entre Israel e Hamas.
Recentemente, Trump autorizou a elaboração de um novo plano de 28 pontos, desenvolvido por seus assessores, após encontros com emissários ucranianos e russos. A proposta, no entanto, foi considerada uma capitulação para a Ucrânia e atende a várias demandas de Putin. Angelo Segrillo, professor de História Contemporânea da USP, observa que Trump provavelmente tentará usar uma abordagem de negociar exigências extremas para chegar a um acordo mais aceitável.
Esse plano inclui garantir que a Ucrânia não se junte à Otan e limitaria o tamanho do seu exército, além de demandar a cessão de Donetsk e Luhansk, que ainda não estão totalmente sob controle russo. Críticas já surgiram, tanto da Ucrânia quanto de aliados europeus, com alguns sugerindo que, apesar da boa intenção de Trump, suas táticas foram problemáticas.
Após feedback dos europeus, a proposta foi reduzida para 19 pontos, o que agradou os ucranianos. Discussões ainda se concentram em questões-chave, como as exigências territoriais e garantias de segurança dos Estados Unidos para a Ucrânia. A Rússia já manifestou que não aceitaria essa versão modificado, o que sugere que novas negociações são inevitáveis.
A situação atual da Ucrânia a coloca em desvantagem. A perda de território e problemas internos, como as alegações de corrupção contra aliados de Zelenski, dificultam uma posição de negociação forte. Para muitos analistas, a única forma de Kiev aceitar um acordo desfavorável seria com uma mudança de governo.
Para o professor Charles Kupchan, uma solução possível poderia envolver a retirada da Ucrânia das áreas que a Rússia almeja controlar no Donbass em troca de garantias de adesão à Otan. Contudo, as disparidades entre as demandas russas e ucranianas continuam a ser um obstáculo significativo.
Com Putin ainda comprometido em fazer a Rússia parecer vitoriosa, ele não mostrará sinais de moderação tão cedo. A pressão interna e a necessidade de anexar totalmente algumas regiões afetam suas decisões. Para ele, é essencial garantir a influência russa na Ucrânia.
No final, o cenário revela que, por mais esforços que Trump faça, as situações políticas e militares ainda colocam grandes desafios na mesa de negociações. O que você acha que pode acontecer a seguir? Deixe sua opinião nos comentários!

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