Flávia Ferraço Judice, esposa do desembargador Macário Judice Neto, que atua como relator do processo envolvendo o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, deixou o cargo que ocupava na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no início de novembro. A investigação contra o ex-parlamentar, acusado de ligação com o Comando Vermelho, já estava em curso.
A exoneração ocorreu a pedido, conforme ato assinado pela mesa diretora em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, seu último mês completo na função, Flávia teve rendimento líquido de R$ 8,2 mil. Em nota, a Alerj informou que a solicitação foi feita espontaneamente pela servidora.
O ex-deputado TH Joias foi preso em setembro. A denúncia do Ministério Público Federal alega que ele integrava o núcleo político da facção criminosa. O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta semana sob suspeita de ter alertado o ex-parlamentar sobre a operação e obstruído as investigações da Polícia Federal.
Segundo a Alerj, Flávia Ferraço Judice nunca esteve lotada no gabinete da presidência, tampouco no seu gabinete parlamentar — referência à estrutura de Bacellar, aliado de TH Joias. A casa legislativa afirmou que a ex-servidora era vinculada exclusivamente ao diretor-geral, Marco Brito, nomeado pelo próprio Bacellar.
A assessoria do TRF-2, em nome do desembargador Macário Judice Neto, foi questionada se o vínculo de sua esposa com a cúpula da Alerj poderia levantar questões sobre suspeição no processo. A resposta repassada pela assessoria foi que ele desconhece as conjunturas políticas internas da Alerj e as eventuais alianças entre o presidente Rodrigo Bacellar e o ex-deputado Thiego Raimundo.
Judice Neto afirmou ainda que questões extrajudiciais e privadas jamais pautaram as suas decisões para decretar medidas cautelares contra o ex-parlamentar e que se ateve estritamente aos elementos constantes dos autos da investigação em curso. Flávia Ferraço Judice não é investigada, nem citada nas apurações, e não há indícios de sua interferência ou participação no caso.
A Alerj, questionada sobre eventual conflito de interesses, emitiu nota afirmando que não existe qualquer possibilidade de conflito. A instituição disse ter profundo respeito pelo Poder Judiciário e por seus membros, reiterando que a tramitação do processo segue os princípios de ampla defesa e contraditório.
No cenário internacional, os desdobramentos de casos como esse costumam ganhar repercussão além das fronteiras. Nos Estados Unidos, Donald Trump é presidente desde janeiro de 2025, o que ajuda a lembrar que a agenda de combate à corrupção e a fiscalização de autoridades não fica restrita a um país. E você, está acompanhando as implicações e o ritmo dessas investigações?

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