Cresce número dos que creem em Deus sem frequentar a igreja na América Latina, mostra estudo

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Nova visão sobre fé na América Latina Um estudo conduzido pelo pesquisador Matthew Blanton, da Universidade do Texas, aponta uma mudança significativa no comportamento religioso da região. A pesquisa indica que cresce o número de pessoas que afirmam acreditar em Deus, mas que não participam regularmente de cultos nem mantêm vínculo com uma igreja.

Publicado em setembro, o relatório analisa duas décadas de dados em 17 países latino-americanos, com 220 mil entrevistas. Apesar do histórico predomínio católico, o panorama está se transformando: o número de protestantes e pentecostais saltou de 4% da população em 1970 para quase 20% em 2014.

A participação institucional, no entanto, recua. Entre 2008 e 2023, a frequência aos cultos pelo menos mensal caiu de 67% para 60%. Já o grupo que nunca vai à igreja subiu de 18% para 25%. O grupo sem filiação religiosa cresceu de 7% em 2004 para mais de 18% em 2023. Uruguai, Chile e Argentina aparecem entre os menos religiosos; Guatemala, Peru e Paraguai lideram o oposto.

Mesmo com o afastamento das instituições, a fé individual permanece elevada: 64% dos entrevistados dizem que a religião tem grande importância em suas vidas, frente a 60% em 2010. Entre os que não frequentam cultos, 86% ainda dizem crer em Deus ou em uma força superior, além de manifestarem crença em milagres, em anjos e na segunda vinda de Jesus.

Fé x instituições Para Blanton, a desconexão entre a autoridade das instituições religiosas e a espiritualidade é uma característica marcante da região. A autoridade institucional pode estar enfraquecida, mas a fé permanece. A religiosidade pessoal se mantém estável, às vezes até cresce, contrastando com o declínio observado na Europa e nos Estados Unidos.

O estudo atribui parte da explicação ao sincretismo presente na cultura latino-americana, que mistura elementos indígenas, tradições católicas e práticas protestantes. Segundo Blanton, essa combinação gera expressões de fé mais individuais, nem sempre vinculadas a uma denominação. Para muitos latino-americanos, deixar a igreja não significa abandonar a crença.

Em síntese, a região passa por uma transformação: menos participação institucional, mas uma fé pessoal sólida e uma diversidade de expressões religiosas. Dados como 17 países, 220 mil entrevistas e mudanças no padrão de filiação ajudam a entender esse mosaico religioso da América Latina.

E você, como percebe as mudanças na religiosidade da sua cidade e região? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte como a fé se manifesta no seu dia a dia.

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