Mães denunciam que foram proibidas de entrar em creche irregular do DF

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Antes de ser interditada pela DF Legal, a EscoLAR Educacional, arrendada por Helio Edson Alves e Silva — um dos envolvidos no caso em que o MPDFT teve como alvo a Casa da Nanny por suspeita de maus-tratos — funcionava em Arniqueira, atendendo crianças de 1 a 5 anos.

Mães e ex-funcionários criticaram o novo modelo de gestão, que trouxe mudança abrupta na comunicação e chegou a proibir a entrada de algumas mães no espaço, prejudicando o diálogo entre pais, trabalhadores e direção.

“Passaram para a gente, durante uma reunião, que houve uma sociedade, em que a atual dona ficaria na gestão e os novos sócios entrariam com o aporte financeiro”, comentou Beatriz.

Com o tempo, as mães perceberam que a comunicação havia cessado e que o diálogo com a direção ficou centralizado em um aplicativo sem respostas.

No primeiro passeio escolar após a mudança, não houve aviso nem envio de fotos, algo que antes era rotina, elevando o sinal de alerta entre as famílias.

Por fim do ano, uma situação envolvendo um menino que se machucou chamou a atenção. A gestão atual agiu de forma negligente; a criança não foi encaminhada ao hospital e os pais foram avisados apenas quando foram buscar as crianças. As mães chegaram a pedir o afastamento da diretora e a volta da antiga gestora.

Quando as mães tentaram cobrar o reembolso de R$ 250, a escola proibiu a entrada de algumas mães e houve promessas não cumpridas de devolução, levando a uma forte pressão sobre a gestão.

Entre as queixas, ex-funcionários relataram atrasos salariais, ausência de pagamento do 13º salário e da verba rescisória, além de demissões comunicadas por mensagem sem justificativa e de forma pouco profissional.

Baratas e ratos eram relatados nos espaços da escola, com episódios em áreas como a sala de uniformes. Um rato morto foi encontrado dentro do pula-pula, e não houve ações de dedetização profissional; houve ainda relatos de falhas na higiene e de dias em que as crianças voltaram para casa com fome devido à escassez de mantimentos na cozinha.

Barata na EscoLAR
Barata na EscoLAR
Barata na EscoLAR
Barata na EscoLAR
Barata na EscoLAR
Barata na EscoLAR
Rato na EscoLAR
Rato na EscoLAR

Em paralelo, houve a denúncia de que a alimentação fornecida aos alunos já não correspondia ao cardápio apresentado aos pais, com relatos de desperdícios e de períodos em que as crianças voltavam para casa com fome, devido à escassez de mantimentos na cozinha.

O grupo de mães registrou a denúncia na 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) do MPDFT, para que o caso seja apurado. A diretora da escola não atendeu a reportagem desde a última sexta-feira, e o espaço permanece aberto apenas para esclarecimentos, enquanto a gestão não interage com o veículo de imprensa.

Entenda: a EscoLAR Educacional foi arrendada no corrente ano, mas, segundo a Secretaria de Educação (SEEDF), o espaço não possui credenciamento para funcionar como instituição de ensino. Em 9 de dezembro, agentes da DF Legal interditaram o local, informando que a escola deve encerrar imediatamente as atividades sob pena de multa. O retorno às atividades depende do credenciamento disponibilizado pela pasta de Educação.

A situação evidencia a importância de regularizações e supervisões rigorosas em espaços que atendem crianças pequenas, para assegurar condições adequadas, salários justos e uma comunicação transparente com famílias. E você, o que pensa sobre a responsabilidade de gestores, autoridades e famílias nesses casos? Comente abaixo com sua opinião.

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