Agricultores bloquearam ruas de Bruxelas na quarta-feira, próximo à cúpula de líderes da União Europeia, para protestar contra o acordo de livre comércio com o Mercosul. O ato, com ovos e fogos de artifício, ocorreu em meio a respostas de polícia com gás lacrimogêneo e jatos d’água. Milhares de agricultores ocuparam a Place Luxembourg, ao lado do Parlamento Europeu, levantando temores sobre a subsistência do setor e receios de impacto político, incluindo a possível pressão de correntes de apoio à extrema direita.
Itália sinalizou ressalvas, juntando-se à oposição liderada pela França. A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou ao Parlamento que assinar o acordo nos próximos dias seria prematuro e exigi garantias recíprocas para o setor agrícola, ampliando o atrito entre os governos europeus sobre o pacto.
França manteve posição contrária ao texto na forma atual, com o presidente Emmanuel Macron exigindo mais discussões em janeiro e salvaguardas ambientais mais rígidas para os países do Mercosul. A oposição italiana poderia evitar que Ursula von der Leyen obtenha a assinatura, caso o acordo não atenda às exigências de Bruxelas.
Potencial estratégico apesar das resistências, os defensores do acordo argumentam que ele abriria um mercado de cerca de 780 milhões de pessoas e serviria como contrapeso estratégico às políticas de exportação da China e às tarifas dos Estados Unidos, fortalecendo a posição econômica da União Europeia no cenário global.
A visão europeia o chanceler alemão Friedrich Merz alertou que adiar ou cancelar o acordo seria prejudicial à credibilidade da UE na política comercial global. Segundo ele,, decisões precisam ser tomadas agora para manter a influência europeia.
América do Sul mantém posição firme. O presidente Lula já avisou que, se o acordo não avançar agora, o Brasil pode não fechar novos pactos durante sua gestão, defendendo um multilateralismo mais robusto. O presidente argentino Javier Milei também apoia o tratado, vendo no Mercosul uma porta de entrada para mercados globais, não apenas um escudo regional.
Próximos passos mesmo com as divergências, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu Antonio Costa mantêm a agenda de viagem ao Brasil para discutir o assunto. As próximas semanas devem trazer novas garantias, negociações e possíveis ajustes no texto.
E você, o que pensa sobre o acordo UE-Mercosul? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe quais impactos você acredita que esse pacto pode trazer para a agricultura, o comércio e a política internacional.

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