Um general do Exército russo foi morto na explosão de um carro no sul de Moscou, em um ataque que as autoridades atribuem a possíveis ações de forças especiais ucranianas. O Comitê de Investigação do Kremlin informou que a apuração trata o caso como homicídio com exploração de explosivos, examinando várias hipóteses. O episódio acende mais uma vez o temor de ataques contra toda a hierarquia militar russa.
Identificado como o tenente-general Fanil Sarvarov, de 56 anos, ele chefiava o departamento de treinamento operacional do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia. Sarvarov tinha uma carreira de décadas, com atuação destacada na Chechênia, na intervenção na Síria em 2015-2016 e no confronto com a Ucrânia desde 2022.
Segundo as autoridades, Sarvarov dirigia o veículo quando um dispositivo explosivo, instalado sob o automóvel, foi detonado ao deixar uma vaga de estacionamento, por volta das 6h55 (0h55, horário de Brasília). Um maquinista aposentado de 70 anos, que mora próximo ao local, relatou que as janelas tremeram e que “é o custo da guerra”.
Imagens divulgadas pelas autoridades mostram o carro destruído no momento do ataque. As investigações seguem abertas e já estão sendo avaliadas várias hipóteses, incluindo participação de serviços especiais ucranianos, com a natureza do atentado indicada como homicídio e tráfico de explosivos.
Sarvarov nasceu na região dos Urais, participou de combates na Chechênia, atuou na Síria em 2015-2016 e esteve envolvido no conflito com a Ucrânia desde 2022, compondo a linha de frente de uma guerra que não mostra sinais de encerramento.
Acusações a Kiev
Desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev tem sido apontada, por autoridades russas, como responsável por ataques direcionados contra personalidades e autoridades militares, tanto na Rússia quanto em áreas sob controle de Moscou na Ucrânia. Em 2022, Daria Dugina foi morta por um carro-bomba; em 2023, o blogueiro Maxim Fomin foi assassinado com uma estatueta explosiva em São Petersburgo; em 2024, o general Yaroslav Moskalik foi morto em um atentado perto de Moscou; e, em dezembro de 2024, Igor Kirillov, comandante das Forças de Defesa Química, Radiológica e Biológica, foi morto por explosão de scooter elétrica, atribuído ao Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
Essas ocorrências são apresentadas pelas autoridades russas como parte de uma sequência de ataques a autoridades militares, que reforçam a narrativa de retaliação mútua entre Moscou e Kiev, em meio ao conflito vigente na região.
O caso de Sarvarov adiciona uma dimensão a essaquilo que as autoridades classificam como uma espiral de violência entre os dois países, alimentando debates sobre as táticas utilizadas por ambos os lados na guerra longa que persiste desde 2022. Quais são as suas opiniões sobre esses desdobramentos? Deixe seus comentários e compartilhe suas perspectivas sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia.

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