O senador Jaques Wagner pode ter surpreendido ao liberar, na Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, no plenário do Senado, a tramitação do PL da Dosimetria — tema ligado ao bolsonarismo. Contudo, a decisão não foi aleatória: foi uma manobra estratégica do líder do governo no Senado, alinhada à leitura do cenário político.
A jogada não ocorreu isoladamente. Wagner atuou para evitar confrontos diretos com uma articulação encabeçada por Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), que buscavam reagrupar o Senado em torno de suas pautas. Com apoio de aliados, o governo conseguiu manter o tema na mesa sem abrir uma batalha de grandes proporções.
Essa sequência mostra que manter a pauta do governo depende de paciência e de alianças. Houve esforço para adiar a votação por uma semana e proteger a agenda econômica, ao mesmo tempo em que se prepara o terreno para a possível indicação de Jorge Messias ao STF, mantendo espaço para próximos passos.
Entre os atores, as críticas de Gleisi Hoffmann a Wagner aparecem como parte do jogo político, enquanto Lula e o senador baiano parecem ter leituras próximas. O clima sugere que Wagner não age sem o aval do presidente, reforçando a impressão de que o “Galego” é mais estratégico do que se cogita em leituras simplistas.
Qual é a sua leitura sobre esse movimento no Congresso? Acredita que Wagner atua para favorecer o governo ou apenas evita desgaste frente ao bolsonarismo? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão.

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