Gravações de áudio obtidas pelo Intercept Brasil apontam orientações para o engajamento político de pastores, obreiros e fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus durante o período eleitoral de 2024, na Bahia.
Em um dos trechos, o bispo Sergio Corrêa, então responsável pela igreja no estado, solicita o envolvimento direto de líderes religiosos na campanha de candidatos ligados à instituição.
“Jesus precisa, a Igreja precisa. A gente tem que ir pra cima, nós precisamos disso. Quero contar com a ajuda de vocês, por favor, para se dedicar a isso. [Para] resolver essa questão”, disse Corrêa aos pastores no início da campanha. Em outro momento, ele afirma: “A gente já tem em mãos uma radiografia da situação eleitoral nossa aqui na Bahia.”
As orientações constam em gravações realizadas durante uma reunião de bispos e líderes regionais da Universal na catedral da igreja em Salvador, em abril de 2024. Participaram do encontro bispos e pastores responsáveis por regionais que abrangem igrejas da capital e do interior do estado, com recomendações para indicar obreiros e fiéis para atuar na mobilização de eleitores.
Nos registros, Corrêa aparece discutindo estratégias de campanha ao lado do bispo e deputado federal Márcio Marinho, presidente do Republicanos na Bahia; do pastor e deputado estadual Jurailton Santos; do pastor Luiz Carlos de Souza, atual secretário de Infraestrutura de Salvador; e do pastor Kênio Rezende, que seria eleito vereador em Salvador seis meses depois das gravações, com 9,2 mil votos. Todos são filiados ao Republicanos.
Segundo o Intercept Brasil, o material foi repassado por um ex-pastor da Universal que recebeu as gravações de um integrante da igreja presente à reunião. A identificação das vozes atribuídas a cada religioso foi realizada pela fonte, e as falas registradas parecem condizer com conteúdos disponíveis nas redes sociais dos citados.
As informações revelam que, segundo as gravações, houve orientação para a atuação de lideranças religiosas na mobilização de eleitores durante as eleições na Bahia, com ligações diretas a figuras públicas associadas ao Republicanos.
E você, qual a sua avaliação sobre o papel de instituições religiosas em processos eleitorais? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.

Facebook Comments