Foguete HANBIT-Nano, da Coreia do Sul, explodiu após a decolagem do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, na noite desta segunda-feira. O veículo não tripulado sofreu uma anomalia em pleno voo e caiu dentro do perímetro da base. Não houve feridos, já que a missão não era tripulada, e equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para avaliação da área.

Durante a transmissão ao vivo da Innospace, a equipe exibiu a mensagem “We experienced an anomaly during the flight” e o sinal de vídeo foi interrompido. O voo, de curta duração, atingiu Mach 1 e MAX Q, o ponto de maior pressão aerodinâmica, antes da explosão. Uma grande nuvem de fogo foi observada na região.
O HANBIT-Nano representava o primeiro lançamento orbital a partir do Brasil desde 1999, resultado de uma parceria entre o setor público e a iniciativa privada estrangeira para reativar a base de Alcântara no mercado global de pequenos satélites. A missão já havia sido adiada três vezes por falhas técnicas: problemas intermitentes em testes de aviões; substituição de componente no sistema de resfriamento do primeiro estágio; e funcionamento anormal em uma válvula de ventilação no tanque de metano líquido.
O veículo tinha 21,8 metros de altura e 1,4 metro de diâmetro, com capacidade para até 90 kg de carga útil em órbita de 500 km. O projeto envolveu 247 profissionais e visava inserir o Brasil no segmento de pequenos satélites, com a carga útil incluindo experimentos de instituições brasileiras e indianas.
O fracasso representa um revés para o programa espacial brasileiro, que não realiza tentativas de lançamento orbital há mais de duas décadas, desde o acidente de 2003, quando uma explosão em solo vitimou 21 pessoas. Até o momento, a FAB não divulgou um comunicado detalhando as causas específicas da explosão desta segunda-feira.
Apesar do revés, o episódio coloca novamente em debate o caminho para a retomada de lançamentos orbitais no Brasil e a viabilidade de parcerias com a iniciativa privada para revitalizar o CLA e o mercado de satélites. O que você acredita ser o próximo passo mais viável para o espaço brasileiro?
E você, qual é sua visão sobre o futuro do espaço brasileiro? Compartilhe nos comentários o que acha que deve acontecer a seguir.

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