“Serial estuprador” de igreja: número de vítimas pode chegar a 12

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Polícia Civil do DF investiga ex-líder religioso por abusos sexuais contra menores em Guará 2

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A Polícia Civil do Distrito Federal identificou Gabriel de Sá Campos, 30 anos, que atuava como líder do ministério de adolescentes na Igreja Batista Filadélfia, no Guará 2, como suspeito de abusos sexuais contra, ao menos, quatro adolescentes. A investigação aponta a existência de oito outras possíveis vítimas, com oitiva de depoimentos em andamento, o que pode elevar o número de casos apurados.

O suspeito está preso temporariamente por 30 dias, com possibilidade de prorrogação. Também foram autorizadas busca e apreensão domiciliar, quebras de sigilo telemático e telefônico dos últimos cinco anos e medidas protetivas, incluindo a proibição de aproximação num raio de 300 metros e o afastamento dele de todas as funções religiosas.

A operação, coordenada pelo delegado Herbert Léda, apontou um modus operandi sistemático: Gabriel usava a posição de instrutor de um curso de “integridade sexual” para adolescentes para obter informações íntimas sobre as vulnerabilidades emocionais das vítimas, criou vínculos de confiança e, a partir daí, praticou os abusos de forma reiterada ao longo de seis anos dentro da instituição religiosa.

Todavia, Gabriel continuou frequentando normalmente os cultos e acessando, inclusive, áreas restritas aos membros da igreja.

Os relatos indicam que alguns abusos ocorreram nas dependências da igreja, inclusive durante uma festa do pijama sob responsabilidade do suspeito, e que ele costumava chamar as vítimas para assistir filmes na casa dele como pretexto para os crimes.

Segundo as denúncias, as vítimas não teriam sido conhecidas entre si; o investigado criava laços com um adolescente-alvo até atingir outro jovem, repetindo o padrão por anos dentro do local religioso. Os crimes denunciados teriam início em 2019, e uma das vítimas já atingiu a maioridade.

A Justiça do Distrito Federal decretou a prisão temporária por 30 dias, com possibilidade de prorrogação, além de determinar medidas como busca e apreensão domiciliar, quebra de sigilo telemático e telefônico dos últimos cinco anos, e medidas protetivas incluindo proibição de aproximação em até 300 metros das vítimas e afastamento das funções religiosas.

O delegado enfatizou o compromisso da Polícia Civil com a proteção integral de crianças e adolescentes, assegurando que crimes contra a dignidade sexual de vulneráveis serão investigados com rigor, independentemente do contexto social, religioso ou familiar.

Ato involutário Em dezembro de 2024, o pai do investigado, que é presidente da igreja, descreveu os fatos como “brincadeira” e “ato involutário”, pedindo sigilo às famílias. Em reunião de liderança, em novembro, um diácono chamou os crimes de “mal-entendidos”, defendendo um pacto de silêncio e afirmando que “problemas da igreja se resolvem na igreja, não na polícia”, além de ter sido lida uma carta do suspeito dizendo que se afastaria das funções.

Relatos apontam ainda condutas intimidatórias da mãe do investigado, que teria confrontado menores sem a presença de responsáveis legais, acusando-os de falso testemunho e ameaçando processá-los.

As investigações continuam para ouvir potenciais novas vítimas não formalizadas, realizar perícia nos dispositivos apreendidos, apurar a participação de membros da liderança religiosa e verificar eventual omissão por parte de autoridades eclesiásticas que teriam tido conhecimento dos fatos desde dezembro de 2024.

O outro lado

Em nota, a Igreja Batista Filadélfia afirmou que é falsa a alegação de que o investigado continuava atuando na instituição, pois, ao longo de 2025, não exercia função de liderança. A igreja destacou que ele atuava no passado como membro voluntário no Ministério de Adolescentes e que o parentesco entre o investigado e o pastor presidente não interferiu nas medidas disciplinares nem na cooperação com a Polícia Civil e o Poder Judiciário.

A instituição negou qualquer tentativa de encobrir os fatos ou desestimular as famílias a procurarem as autoridades. Em todos os atendimentos, a presidência e o Conselho Disciplinar orientaram as famílias a buscar a polícia. O comunicado afirma que o acolhimento espiritual não substitui o dever de buscar a Justiça estatal e que a igreja protege a privacidade das vítimas.

Por fim, a igreja reforçou a preocupação com a precisão das informações e a proteção da privacidade de menores e de suas famílias, evitando divulgar detalhes não apresentados até o momento.

Se você tem opinião ou informações sobre o caso, deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas perspectivas sobre como fortalecer a proteção de crianças e adolescentes em ambientes religiosos.

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