Nesta quinta-feira (25/12), a Secretaria da Segurança Pública confirmou a reclassificação do crime envolvendo Tainara Souza Santos para feminicídio consumado. A vítima, de 30 anos, morreu no Hospital das Clínicas na noite de 24 de dezembro, após ter as duas pernas amputadas em sequência de arrasto de mais de 1 km pelo seu ex-namorado, Douglas Alves da Silva, de 26 anos.
A mudança amplia a pena possível, com o feminicídio consumado podendo chegar a 40 anos de prisão. O caso segue sob investigação no 73º DP (Jaçanã), na zona norte de São Paulo.
Câmeras de segurança registraram o atropelamento e o momento em que Tainara era arrastada pelo veículo. Segundo testemunhas, a vítima caminhava com outro rapaz no momento da batida. Letícia Dias, amiga de infância da vítima, afirmou que Tainara chegou a perder um pé na hora do arraste e, apesar de cirurgia, precisou ter as duas pernas amputadas em etapas subsequentes.
Douglas afirmou aos investigadores estar “completamente arrependido” e que não conhecia Tainara Souza Santos. Segundo ele, era noite de sexta-feira (28/11) e, após uma briga para defender um amigo, foi atingido por uma garrafada. Ao perceber que Tainara estava acompanhada de outro rapaz, o carro a atingiu e seguiu em direção à Marginal Tietê.
A Polícia, porém, aponta inconsistências no depoimento. O delegado afirmou que Douglas conhecia a vítima e manteve um relacionamento casual com ela; Kauan tentou impedir o motorista na tentativa de fazer o carro parar enquanto a mulher era arrastada; e a irmã de Tainara afirmou que os dois nunca tiveram um relacionamento sério.
Amigos e familiares lembram Tainara como uma pessoa divertida, que gostava de curtir a vida e cuidar de seus dois filhos, um garoto de 12 anos e uma menina de 8. Uma amiga de infância contou que ela adorava sair com as amigas e os filhos e trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico.











Tainara morreu por volta das 19h dessa quarta-feira (24/12) no Hospital das Clínicas. Familiares e um dos advogados da vítima, Fábio Costa, confirmaram a causa da morte como falência múltipla dos órgãos. A mulher havia passado por uma nova amputação na coxa no dia 22/12 para reconstruir parte dos glúteos.
Falha mecânica
Em depoimento, Douglas relatou arrependimento e afirmou não conhecer a vítima. Ele disse ter estado em um bar na noite de 28/11 e envolveu-se em uma briga para defender um amigo, sendo atingido por uma garrafada. Ao perceber que Tainara estava com outro rapaz, o carro a atingiu e seguiu para a Marginal.
Segundo o motorista, o carro não avançou após a batida, o que o levou a suspeitar de uma falha mecânica. Ele disse ainda ter deixado o local para evitar agressões e ter levado o veículo para a casa de um ex-sogro, para entregá-lo às autoridades posteriormente. Pouco depois, Douglas foi preso em um hotel na zona leste e acabou ferido durante a abordagem policial.
Polícia desmente versão
O depoimento de Douglas destoa das informações reunidas pela polícia. As investigações indicam que ele conhecia Tainara e mantinha um relacionamento casual, movido por ciúmes após o término. Kauan, amigo, tentou impedir o veículo para que o motorista parasse enquanto a vítima era arrastada. O delegado afirma que Tainara só escapou porque o corpo se desprendeu do carro.
A irmã de Tainara disse que o relacionamento entre eles nunca foi sério e que Douglas já a perseguia há tempos.
Amigos lembram Tainara
Familiares descrevem Tainara como alguém divertida, que sorria sempre, e que cuidava de seus dois filhos sozinha. Letícia Dias, amiga de infância, contou que ela gostava de sair com as amigas e os filhos e que trabalhava na produção de uma agência de comércio eletrônico.
Ela estava planejando várias coisas e seguia vivendo a vida plenamente, mesmo diante da dor. A família agradece as mensagens de apoio e continua buscando justiça.
Gostou do resumo? Compartilhe suas ideias sobre o caso, a importância da proteção às mulheres e como a justiça pode ser fortalecida em situações de violência. Comente abaixo com seus pensamentos e perguntas.

Facebook Comments