Corpo de Mãe Carmen é enterrado neste sábado em Salvador

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A ialorixá Mãe Carmen do Gantois foi enterrada neste sábado, 27, em Salvador, com a cerimônia de despedida ocorrendo no Cemitério Jardim da Saudade. O corpo foi conduzido ao cemitério em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em trajeto que passou por terreiros e pela Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia. Filhos de santo, familiares, amigos, políticos, artistas e diversas personalidades acompanharam a despedida de uma das líderes mais reconhecidas do candomblé no país.

Filha mais nova de Mãe Menininha, Mãe Carmen foi a quinta líder do Terreiro do Gantois, fundado em 1849. Iniciada no candomblé aos 7 anos, ela assumiu o comando da casa em 2002, mantendo viva a tradição e a atuação pública do terreiro.

Nascida em 1926, a ialorixá estava internada há cerca de duas semanas no Hospital Português, tratando de complicações decorrentes de uma forte gripe. Ela completaria 99 anos na próxima segunda-feira, 29. Em nota, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e a vice-prefeita Ana Paula Matos manifestaram publicamente o pesar pelo falecimento.

“Com profundo pesar, Salvador se despede de Mãe Carmen do Gantois, uma mulher de muita sabedoria e amor ao próximo, cuja trajetória deixa um legado imenso de preservação da ancestralidade e de cuidado com as pessoas. Mãe Carmen seguirá como luz a guiar caminhos e a fortalecer nossa cidade, seguindo os passos de sua Mãe. Meus sentimentos à família, aos filhos e filhas de santo e a toda a localidade do Gantois.”

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) decretou luto de três dias pela morte de Mãe Carmen do Oxalá, ou Mãe Carmen do Gantois, reconhecida por ser a ialorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador. O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, também lamentou o falecimento.

“Mãe Carmen será lembrada sempre pelo seu legado de fé, espiritualidade e luta pelas religiões de matriz africana. É uma líder religiosa que fortalece a nossa cultura e as nossas lutas por igualdade. Tenho certeza de que seu legado será assegurado por fiéis e moradores do Gantois, que seguirão na manutenção da tradição no Terreiro do Gantois”, comentou o secretário.

A perda de Mãe Carmen do Gantois marca uma etapa importante para a região, reforçando a presença e o papel das tradições de matriz africana na história cultural da Bahia. Sua vida, iniciada na infância e dedicada à fé, deixou um legado de respeito, memória e resistência que continua presente entre fiéis, moradores e a comunidade religiosa local.

Convidamos você a compartilhar lembranças, homenagens ou opiniões sobre a atuação de Mãe Carmen do Gantois e o impacto do Terreiro do Gantois na cultura de Salvador e do Brasil. Deixe seu comentário e participe da conversa. Sua visão enriquece o diálogo sobre fé, memória e identidade.

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