A atriz Brigitte Bardot morreu neste domingo, aos 91 anos, encerrando uma vida marcada pela atuação e por uma defesa emblemática dos animais. Ela ficou conhecida por filmes iconicos como E Deus Criou a Mulher, antes de abandonar as telas para dedicar-se à proteção animal, criando a Fundação Brigitte Bardot em 1986.
Anos antes do falecimento, Bardot ganhou a saudação de Rita Lee, cantora e uma das grandes defensoras de causas ambientais no Brasil. A estrela brasileira contou que, desde a infância, já admirava Bardot e se emocionou ao conhecê-la como uma verdadeira deusa. “Fiquei. E depois com o tempo comecei a ver que ela defendia os animais. E fiquei enloquecida com ela, com o que ela fazia, os filmes dela. Ela é uma deusa e eu sou louca por ela”, revelou Rita em entrevista concedida em 2018.
Relembre a entrevista
Rita Lee: Você conta um pouco da sua rotina diária no livro. Diz que entende de bichos mais do que o seu veterinário! Como explica sua ligação com eles?
Brigitte Bardot: É o mistério que existe entre a mãe e seus filhos.
Rita Lee: O cinema foi para você o que a música foi para mim: andar sempre à beira do abismo?
Brigitte Bardot: O cinema foi uma ajuda formidável para me tornar a celebridade que hoje eu coloco a serviço dos animais. Quando fazia cinema, me dedicava profundamente a ele, assim como a tudo que realizei, a fim de ser a melhor e vencer no que me propus a fazer.
Rita Lee: Por que nunca topou fazer filmes em Hollywood?
Bardot: Porque isso nunca me agradou.
Rita Lee: Você se mantém bonita sem recorrer a procedimentos estéticos. Quando percebeu que esse seria seu caminho?
Bardot: Eu sou uma mulher natural, aceito o que a natureza e o tempo me impõem.
Rita Lee: Como entende Deus através dos animais?
Bardot: Cada um de nós imagina Deus de uma maneira diferente: será que Ele existe? Será que não existe? Mas, no meu imaginário, penso que Ele deu aos animais tudo que falta ao ser humano: beleza natural, coragem exemplar, dignidade diante da morte, fidelidade aos seus rebanhos e congêneres, sem precisar dividir terras ou pertences. Além disso, eles possuem uma sabedoria diante das condições inumanas às quais nós os submetemos sem cessar.
Rita Lee: No livro você cita São Francisco, Virgem Maria e Santa Brigitte; como é sua espiritualidade? tem algum ritual? acredita que o espírito continua após a morte?
Bardot: Nutro um amor verdadeiro por aquela que chamo de minha Pequena Virgem. Mandei construir para Ela uma capela junto à qual recorro quando preciso me recolher. Levo meus cachorros, meus gatos e quem quiser me seguir. Um porquinho inclusive me acompanhou outro dia. É um lugar selvagem, próximo do mar; lá deixo meu pensamento voar, medito à minha maneira. A morte me dá medo porque é monstruosa, e eu só gosto do que é belo.
Rita Lee: O que acha dos zoológicos?
Bardot: Os zoológicos são prisões para inocentes, um universo carcerário que leva os animais à loucura, privados de espaço e de companhia.
Rita Lee: Como gostaria de ser lembrada, além de a deusa mais sexy do planeta?
Bardot: A fada dos animais.
O encontro, além de registrar a admiração de Rita Lee, destacou o elo entre duas gerações que uniram cinema, música e defesa animal. Bardot, que iniciou a sua jornada de ativismo ainda na década de 1970, consolidou-se como referência mundial na proteção dos animais.
A reportagem aponta que Bardot ficou marcada pela luta pelos direitos dos animais e pela defesa de uma vida em harmonia com a natureza. Sua trajetória inspira ativistas e artistas ao redor do mundo, mantendo viva a discussão sobre o bem-estar animal.
A história também ressalta o impacto cultural da atriz, que popularizou símbolos da moda e da época, ao mesmo tempo em que se tornou uma referência para quem luta pela proteção dos seres não humanos. Seu legado permanece vivo no ativismo e na memória de fãs e profissionais do cinema e da música.
Você concorda com o legado de Bardot na defesa dos animais e com a visão de que artistas podem transformar causas sociais em movimentos globais? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte como a atuação de Bardot ou a música de Rita Lee influenciam sua percepção sobre direitos animais.

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