Brigitte Bardot foi muito mais que uma atriz: tornou-se símbolo da liberdade feminina e da moda da década de 1960. Ela não seguia as tendências, criava moda com seu estilo ousado e direto. Sua imagem, marcada pelo decote e pela atitude rebelde, dominou capas e filmes, e o desempenho em O Desprezo, de Jean?Luc Godard, a lançou como uma das figuras mais marcantes do cinema francês.
A trajetória da francesa também transformou locais simples em destinos de repercussão mundial. Saint?Tropez e Búzios, duas vilas de pescadores, tornaram?se apontamentos turísticos de massa graças à sua busca pela simplicidade do pé descalço. Bardot, mais do que ícone de beleza, moldou um espaço cultural que atrai visitantes e símbolos da era.
Entre os amores de Bardot, dois nomes aparecem com força: Serge Gainsbourg foi seu parceiro musical, apresentando Je t’aime… Moi non plus, uma canção de amor com gemidos que gerou controvérsia. O marido da época achou aquilo demais, e o lançamento inicial ficou adiado. A música acabou associada à parceria entre eles, ganhou versões posteriores e, em 1986, Bardot autorizou a divulgação da sua própria gravação.
No campo da defesa animal, Bardot foi pioneira. Em 1964, o governo francês exigiu que abatedouros atordoassem os animais antes da matança, antecipando regras europeias. Anos depois, lutou pela proibição da importação de peles de focas bebês. Em 1973, deixou o cinema para dedicar-se integralmente à causa animal.
Apesar de sua imagem de liberdades, Bardot manteve posições políticas conservadoras. Considerava que a França começava a definhar com Maio de 1968 e apoiava o Rassemblement National. Seu último marido, Bernard d’Ormale, foi colaborador de Jean?Marie Le Pen. Bardot foi multada cinco vezes por falas racistas, especialmente contra imigrantes muçulmanos; mesmo assim, sua militância pela defesa dos animais permaneceu como marco principal de sua imagem pública.
A vida de Bardot também foi marcada por relações e encontros improváveis. A escritora Marguerite Yourcenar tornou?se uma figura próxima; em carta, Yourcenar indicou o desejo de conhecê?la, e as conversas entre as duas duraram anos. Em 2018, Bardot comentou: “A espécie humana é arrogante e sanguinária” em entrevista ao Le Monde, uma declaração que sintetiza sua visão sem apagar o peso de seu legado como símbolo de liberdade e defesa animal.
O dramaturgo e cineasta Jean Cocteau definiu Bardot de uma maneira que atravessa gerações: “vive como todo mundo, mas não se parece com ninguém”. Ao longo da carreira, ela uniu glamour, polêmica e uma crítica direta ao mundo das celebridades. Em 1973, ao se afastar do cinema, optou por dedicar a vida à proteção dos animais e a um olhar mais simples sobre a existência, sem abrir mão do impacto cultural que deixou.
E você, qual aspecto do legado de Brigitte Bardot mais lhe toca: a coragem de desfilar estilos, a defesa dos animais ou a complexidade de sua atuação política e pública? Compartilhe nos comentários a sua leitura sobre a vida dessa artista que, mesmo cercada por controvérsias, continua influenciando cinema, moda e ativismo.

Facebook Comments