
Porto Seguro, Bahia — em Caraíva, distrito de Porto Seguro, um episódio envolvendo agressão a um morador indígena ganhou repercussão após testemunhas relatarem que turistas teriam incentivado a violência contra Wesley Ferreira, morador da Aldeia Xandó, na noite de sábado. Wesley teria sido espancado por quatro homens após ter jogado água em um cachorro que tentou mordê-lo, em frente ao Forró do Pelé.
Segundo Roberta Pataxó, irmã da vítima, os agressores seriam turistas e teriam sido incitados por uma moradora do povoado a bater em Wesley depois dos maus-tratos ao cachorro. Ela classificou o ocorrido como uma tentativa de homicídio, pois a vítima continuou sendo espancada mesmo desmaiada no chão.
ACOPAX, a Associação Comunitária Indígena da Aldeia Xandó, divulgou uma nota de repúdio ao ato de violência e expressou solidariedade a Wesley e aos familiares. “Reafirmamos que nosso território — que abrange Caraíva, a Aldeia Xandó e demais espaços de convivência — não é, nem jamais será, território livre para a violência, o racismo, a intolerância ou a barbárie. Não aceitaremos que pessoas venham para as nossas áreas acreditando poder agir com ódio, agressividade e impunidade”, afirmou a associação.
Na nota, a ACOPAX exige apuração rigorosa dos fatos, responsabilização dos agressores e adoção de medidas efetivas para garantir a segurança, a integridade física e a dignidade dos povos indígenas e da população local.
O delegado Bruno Barreto, titular da Delegacia Territorial de Trancoso, informou que, até o momento, o caso não chegou ao conhecimento das autoridades públicas. Segundo ele, não houve registro policial da ocorrência e não há informações sobre atendimento médico referente ao caso.
Essa situação reacende o debate sobre a convivência entre visitantes e moradores da região e a necessidade de acompanhar investigações para assegurar a segurança de povos tradicionais e da população local.
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