Um grupo com mais de 70 ginastas canadenses, entre atletas da ativa e aposentadas, pediu publicamente uma investigação a respeito de “práticas abusivas” dentro do ginástica no país.
Atletas que são ou foram membros das equipes olímpicas do Canadá afirmaram em carta enviada na segunda-feira à diretora-geral da Sport Canadá (equivalente ao Comitê Olímpico do país), Vicki Walker, que por quase uma década o medo de represálias as impediu de se manifestar.
“Não podemos mais ficar em silêncio. Estamos apresentando nossas experiências de abuso, negligência e discriminação na esperança de forçar a mudança”, dizia a carta. “Pedimos que tomem medidas para garantir que a próxima geração de ginastas canadenses não esteja sujeita ao trauma físico e psicológico que tivemos que suportar.”
Segundo as atletas, várias queixas sobre abuso emocional, físico e sexual foram relatadas ao longo dos anos. Boa parte destas envolveu treinadores canadenses, que praticaram os atos ainda quando as atletas eram menores de idade.
As ginastas também pediram que os resultados das investigações, caso venham a ocorrer, sejam revelados ao público e que a identidade e anonimato dos atletas sejam resguardados.
“Sabemos que há muitos outros exemplos de danos que ainda não vieram à tona e sabemos que os comportamentos abusivos continuam nas academias de todo o país hoje. A atual diretoria falhou em resolver esses problemas e não conseguiram ganhar a confiança dos atletas”, afirmaram na carta.
Em março do ano passado, o ex-treinador de ginástica feminina canadense Dave Brubaker foi banido do esporte após investigações. Apesar de inocentado em 2019, após denúncias sobre agressão e exploração sexual, o comitê de ginástica afirmou que Brubaker violou o código de ética do esporte canadense e puniu o treinador.
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