Kalil pode ir para o PSB, enquanto aguarda Agostinho para ser vice

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Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) se prepara para uma série de viagens pelo interior, a fim de difundir seu nome. A primeira semana dele após renunciar ao comando do Executivo da capital mineira tem sido marcada por conversas com assessores para organizar as agendas longe da cidade. Em meio aos debates sobre as estratégias, o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), é o favorito a ocupar o posto de vice. Interlocutores do ex-prefeito, ouvidos pelo Estado de Minas, afirmam que não houve convite oficial, mas que a parceria com o deputado estadual caminha para acontecer. Também a interlocutores, o parlamentar sinalizou que vai aceitar a proposta. Além de Minas, ontem foi dia de novidades na corrida eleitoral. Houve  desistência do ex-juiz Sergio Moro de disputar a Presidência e a manutenção da intenção do governador de São Paulo, João Doria, de concorrer. Enquanto isso, 10 ministros do governo Bolsonaro deixaram seus cargos para disputar as eleições.
Reuniões políticas também dão o tom dos passos iniciais da campanha de Kalil. Ontem, ele se encontrou com Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB. A um dia do fim da janela partidária, período que políticos têm para trocar de legenda, a cúpula pessebista tenta movimento para atraí-lo à sigla. Apesar disso, o entorno do ex-prefeito garante que ele vai permanecer no PSD.
Kalil e Agostinho Patrus, o possível candidato a vice, compõem o mesmo grupo político. A relação de absoluta confiança estabelecida entre ambos, segundo apurou a reportagem, motiva a escolha. O ex-chefe do Executivo da capital avisou ao PSD que não abre mão de definir o companheiro de chapa.
O PV de Agostinho Patrus deve compor uma federação partidária ao lado de PT e PCdoB; portanto, se a aliança entre Kalil e os verdes se concretizar, será ele o responsável por dar palanque em Minas a Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato petista à presidência da República.
A ideia de uma composição entre Kalil e Agostinho é discutida há cerca de um ano, quando o então prefeito nem sequer falava abertamente sobre a possibilidade de renunciar. Em junho do ano passado, o EM mostrou que os círculos ao redor do ex-chefe do Executivo cogitavam a possibilidade

PT quer apoiar, mas não abre mão do Senado

A construção da chapa de Alexandre Kalil passa, também, pelo nome escolhido para a corrida ao Senado Federal. O PSD tem o senador Alexandre Silveira, que assumiu o mandato após renúncia de Antonio Anastasia, mas o PT tenta emplacar o deputado federal Reginaldo Lopes. No entorno de Kalil, a percepção é de que o pré-candidato ao governo tende a abrigar a candidatura de Silveira ??? além de senador, presidente do PSD em Minas Gerais. Do outro lado, no PT, é certo que o partido não pretende abrir mão de tentar o Senado Federal.
???O único pedido do PT é a candidatura ao Senado???, diz Reginaldo. ???Sou o pré-candidato do presidente Lula e dos mineiros???, completa. O PT quer estar com Kalil, mas estuda como vai concretizar a aproximação. Se Kalil resolver, de fato, ter Alexandre Silveira como candidato a senador, a federação à esquerda, liderada pelos petistas, cogita apoiar o ex-prefeito, mas não compor formalmente a coligação. Essa seria uma saída para permitir a manutenção da candidatura de Reginaldo.
No meio deste mês, quando ainda comandava a prefeitura de BH, Kalil teceu elogios a Lula e sinalizou estar aberto ao diálogo com o ex-presidente. ???Vai ser um prazer conversar com todo mundo, principalmente com o presidente Lula, que está liderando as pesquisas e tem um histórico de uma posição social muito clara???.

POSSÍVEL VICE TEM EMBATES COM ZEMA

Agostinho Patrus preside a Assembleia Legislativa desde 2019. No segundo turno da última eleição estadual, anunciou apoio ao governador Romeu Zema (Novo), iminente rival de Kalil, mas a união logo se esvaiu. Desde então, eles têm colecionado embates.
O último capítulo da crise entre Legislativo e Executivo ocorreu na quarta-feira, quando os deputados aprovaram texto que garante recomposição salarial de 10.06% a todo o funcionalismo público. O documento, entretanto, tem gatilhos que asseguram reajuste extra de 14% a profissionais de segurança e saúde, bem como aumento adicional de 33,24% aos pessoal da educação. As alterações no projeto irritaram Zema, que prometeu vetaras. Agostinho rebateu:  “Ainda há tempo para honrar a palavra. Diferentemente do governo, a Assembleia deu uma manifestação de maturidade para dialogar e buscar o entendimento???.

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