Com faixas e cartazes, familiares e amigos do pequeno Igor dos Santos (12 anos) saíram pelas ruas do Bairro São Brás – o mesmo de residência, tanto da vítima, quanto do assassino – com destino ao Fórum Walter Lapa Barreto. Antes pararam em frente à Delegacia de Polícia Civil de Prado – município localizado à 795 km de Salvador.
A motivação mistura perda, revolta, indignação e desesperança como principais combustíveis para que a senhora Zilda dos Santos mobilizasse, na manhã desta sexta-feira (08), parentes, amigos e pessoas que, como ela, estão indignadas com o andamento dos trabalhos policiais e judiciais envolvendo o crime, ocorrido no último dia 19/03, quando Igor dos Santos Gusmão (12 anos) foi brutalmente assassinado à golpes de enxada e seu corpo enterrado no quintal do próprio assassino – o menor V.B.C (13 anos) que, dois dias depois, confessou a autoria e a motivação do crime.
Como não poderia ser diferente a mãe, que está inconformada com a perda do filho, clama para que as autoridades judiciais tenham ação mais efetiva no caso de grave agressão à ordem jurídica. Denunciou que, mesmo depois de passados vinte dias do cometimento do crime, ainda não conseguiu a emissão da certidão de óbito. Entre os vários motivos, apontou erros no laudo médico divergindo do horário em que o seu filho foi assassinado.
Em entrevista ao PrimeiroJornal direcionou denúncias dos operadores da segurança pública no município. �??Não poderia ser diferente: estou revoltada com a justiça. Este caso caminha para a impunidade e o descaso das autoridades. Assim como ocorreu com meu filho, pode acontecer com o filho de qualquer pessoa e não podemos aceitar isso. A função do Estado é garantir segurança, justiça e a prestação de serviços efetiva à sociedade, mas aqui não é isso o que se vê. Este é o retrato da justiça que conta com a falta de ação das pessoas. No meu caso, como foi diferente, sou acusada de ter cometido crime, como registrou um dos órgãos de segurança pública do município, quando reivindiquei meus direitos�?�, desabafou Zilda.
A delegada titular de Prado, Dra. Rosângela dos Santos, disse que todos os procedimentos de inquérito policial foram realizados em 10, dos 30 dias possíveis. “Anexamos os laudos técnicos e toda a materialidade de composição da autoria e motivação do crime. O inquérito já está concluído e remetido à Promotoria Pública, há vários dias. A mãe precisa compreender que precisamos agir dentro da lei”, afirmou.
Na manhã deste sábado (09) tentamos contato com a Promotoria Pública de Prado, mas não conseguimos contato com o Promotor de Justiça, Dr. Wallace Carvalho.
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