Falta mais de um mês para o início de 2012, contudo o ano eleitoral já começou para os políticos engalfinhados na sucessão municipal em Salvador. Cada um a seu modo, nomes da oposição e da base aliada do governo do estado trabalham intensamente para demarcar territórios, evitar atritos internos e mostrar que têm projetos e alianças com capacidade de chegar com o tanque cheio nas urnas.
Na frente antipetista – composta basicamente por DEM, PSDB, PMDB e PPS -, uma das estratégias foi adiantada ontem, no lançamento do projeto A Cidade Pede Paz, encampada pelas lideranças democratas na Bahia. Embora os cardeais do partido evitem falar abertamente que a iniciativa foi pensada nas estratégias para a briga com os governistas pelo comando da capital, a série de eventos é centrada na discussão de propostas sobre a violência, calcanhar de Aquiles dos adversários diretos.
Enquanto falava com a imprensa sobre a necessidade de colocar a pauta da segurança nas eleições, um dos idealizadores do projeto, o deputado federal ACM Neto (DEM), sabia quais eram, de fato, os pontos de interrogação dos jornalistas presentes na coletiva de lançamento: as articulações da oposição para o enfrentamento em Salvador e a definição de quem vai encabeçar a chapa.
As respostas do democrata evidenciaram que, apesar de momentaneamente alheia à definição de nomes, a oposição trabalha como se já estivesse em 2012. Tudo para impedir arestas que possam sepultar a principal tática para as eleições, fundamentada na união dos partidos em todo o estado. �??A imprensa vive essa expectativa (pela decisão da candidatura), mas a cidade não. �? preciso esperar a população respirar o clima de eleições�?�, disse.
Mesmo com a esquiva do democrata, apontado como o mais forte nome da aliança oposicionista para a capital, o parlamentar deixou escapar o que pode levar o barco antipetista ao naufrágio. �??O diálogo entre os partidos vai muito bem, mas para o nosso projeto ter êxito precisamos estar em sintonia em Salvador�?�, salientou. A falta de afinação na cidade tem potencial para implodir acordos e negociações em cidades de peso, como Itabuna, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Irecê.
A oposição trabalha ainda com outra ponte para tentar passar sobre os rivais em Salvador, com estrutura solidificada por adesões. Entre os partidos que democratas, tucanos e peemedebistas esperam atrair, estão PTN, PRP, PSC, PRB e o PR. Este último enviou para acompanhar o lançamento do projeto do Democratas sua tropa de choque na Assembleia – os deputados Sandro Régis e Elmar Nascimento.
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