Apontado como a maior promessa dentro do mundo dos smartphones os aparelhos que funcionam com o sistema operacional Android deixaram os usuários com uma pulga atrás da orelha. No inicio deste mês um pesquisador americano descobriu que um programa que vem instalado em pelo menos 140 milhões desses aparelhos estaria monitorando cada passo dado pelo usuário e enviando para os fabricantes relatórios que, a principio serviriam para corrigir falhas. O fato gerou tanta desconfiança que até um senador americano pediu explicações e trouxe novamente à tona questionamentos sobre até onde os fabricantes podem ir sem autorização de quem compra os equipamentos.
Todas as empresas que fabricam tecnologia vivem diariamente um dilema. Movidas pela necessidade de ocupar o competitivo mercado de produtos tecnológicos elas procuram sempre oferecer novos aparelhos e soluções cada vez mais rápido. O simples fato de esperar para lança um produto pode fazer com que ele venha a nascer ultrapassado por outros de empresas concorrentes. Essa pressão muitas vezes faz com que sejam oferecidos aparelhos ou programas de computador inacabados e cheios de defeitos que são corrigidos depois de vendidos. O processo se baseia em gerar listas de erros em códigos ou com expressos impossíveis de serem interpretadas por humanos comuns. O envio das informações de erros sempre passa por uma pergunta ao usuário, que opta entre enviar ou não os relatórios de volta para o fabricante. O programa descoberto em alguns aparelhos que rodam o Android faz exatamente esse acompanhamento. As informações sobre o assunto ainda estão meio confusas, mas análises preliminares apontam que o programa iria muito além do acompanhamento de falhas, gravando até as digitações dos usuários, o que tornaria rastreável, por exemplo, o conteúdo de emails ou documentos criados nos aparelhos, além de endereços visitados na internet, softwares usados e até a localização geográfica dos usuários em cada uma das operações rastreadas. Vestígios de que os softwares também roda nos aparelhos da Apple já foram apontados, mas com uma ressalva de que nesses equipamentos pelo menos até o momento, somente os dados de cobertura de celular e falhas técnicas seriam enviados para os fabricantes e mesmo assim só quando telefones ou tablets estivessem em modo de diagnóstico que precisa ser acionado pelo usuário.
O prazo dado pelo Senado americano para envio de explicações por parte da empresa que criou o software de rastreamento terminou ontem e nada foi oficialmente divulgado até o momento. Mas seja qual for o resultado da investigação, a desconfiança depois de instalada demora de sumir.
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