“Você vê todo mundo falar: ou sou raio A, ou sou raio B. Quem é raio A eu vou matar. Aí se eu sou do raio B, eu vou matar”. O depoimento é de um ex-detento que viveu o clima de terror do presídio dividido por duas facções rivais em Itabuna, município no sul da Bahia. Cada grupo ocupa uma ala do prédio construído para abrigar 480 presos, mas que hoje tem mais de mil. “Quando eles vão dar entrada no sistema prisional, que é feita revista, é feita a qualificação, eles geralmente indicam: ‘eu pertenço ao grupo do raio A ou pertenço ao grupo do raio B ou não pertenço a nenhum grupo”, diz o capitão Neimar da PM.
A direção do presídio de Itabuna reconhece que os detentos das duas facções têm que ficar separados. “Se juntar hoje provavelmente poderá ocorrer algum conflito, como ocorreu no passado recente, que tivemos esses dois grupos aqui se enfrentando”, pontua Fábio, diretor do presídio. A rivalidade é assumida até na internet. Vídeos com músicas que citam as facções mostram supostos integrantes exibindo armas e trocando provocações. A polícia acredita que a disputa entre os grupos esteja por trás da violência na cidade. Mesmo atrás das grades, os criminosos continuam comandando o tráfico de drogas na região.
A cidade de Itabuna, segundo números do Ministério da Justiça, ocupa a 8ª (oitava) posição no ranking das cidades mais violentas do país. O clima vivido pelos moradores é de terror. O que está acontecendo na cidade, lembra situações vividas por cariocas, com presídios dominados por facções criminosas e disputa por território do tráfico de drogas.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia anunciou a instalação de uma uma Base Comunitária de Segurança, as UPPs baianas, até o final de 2012. A área escolhida para instalação da Base de Segurança foi a região do Monte Cristo, região que concentra a maioria dos homicídios de Itabuna. A cidade também vai receber a instalação de uma delegacia de homicídios.
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