Pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, desenvolveram uma vacina capaz de ajudar o próprio sistema imunológico do portador da Aids a combater a reprodução do vírus HIV. O estudo é a evidência mais forte que a literatura médica tem até hoje em relação ao sucesso de uma vacina terapêutica.
A vacina terapêutica é aquela que ajuda a pessoa que já tem a doença a combater o vírus, bactéria ou qualquer que seja o agente infeccioso que esteja acometendo o paciente. Ela é muito diferente do conceito de vacina que normalmente temos, que é a vacina preventiva ou profilática, cujo objetivo é evitar que a pessoa adquira uma doença que ela, obviamente, não tem.
Para criar a vacina, foram retiradas amostras do vírus do próprio paciente e também de células dendríticas, que são células saudáveis. O teste foi feito em pessoas portadoras da Aids que faziam uso de terapia antirretroviral, ou seja, de medicamentos que ajudam a inibir a replicação do vírus. Os pacientes que participaram do teste pararam de tomar os medicamentos durante certo tempo para que o vírus voltasse a se reproduzir normalmente no organismo. Em mais de 50% dos pacientes houve uma grande redução na quantidade de vírus no sangue. Além disso, a vacina resultou em menos efeitos colaterais do que a terapia tradicional.
No entanto, o efeito do novo tratamento dura apenas por um tempo determinado. Foi possível que esses pacientes controlassem a infecção sem o uso do remédio por mais ou menos um ano. Novos estudos serão feitos para tentar aumentar a durabilidade da vacina.
Prevenção da Aids
Existe uma sensação de falsa segurança que algumas pessoas têm em relação tratamento contra Aids já existente. Realmente, o coquetel antiaids, que é a associação de drogas contra o vírus HIV, é uma das maiores vitórias da medicina nos últimos tempos. As pessoas [que fazem uso dele] têm uma excelente qualidade de vida e praticamente a mesma expectativa de vida que a população sem HIV.
�??Porém, isso tem um preço. Primeiro que as pessoas têm de tomar estes remédios todos os dias sem falha, porque, senão, eles não funcionam, e, pior ainda, o vírus pode ficar resistente. Segundo que estes remédios, tomados há 10, 20, 30 anos, vão levar a efeitos colaterais que podem ser muito sérios. E terceiro que isso tem um custo para o governo, não só dos remédios, mas de toda a estrutura de saúde, como médicos e exames. �? muito perigoso ter esse pensamento e dizer �??não vou me proteger porque, se eu contrair HIV, posso tomar remédio�??. Pode parecer uma ideia simples, mas tomar remédio pela vida inteira e ainda remédios que podem ter efeitos colaterais não é simples assim.
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