Diretor de ‘Tropa de elite’, José Padilha fala de briga com Wagner Moura por divergências políticas: ‘Dou meu braço a torcer’

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José Padilha, diretor de Tropa de Elite (2007) e O Mecanismo (2018-2019), admitiu estar arrependido de ter apoiado Sergio Moro durante a Operação Lava Jato. Em entrevista à Veja, nesta sexta-feira (27), o cineasta também criticou o governo Bolsonaro. 

“O cara [Moro] se associou aos milicianos, aos mafiosos, é inacreditável essa trajetória. Realmente, eu fui um idiota de ter acreditado em Sergio Moro”, afirmou.

Na série da Netflix, Padilha retratou Moro e os procuradores da Lava Jato como heróis no combate a corrupção. Hoje, no entanto, ele afirma que faria diferente. 

“Se eu fosse refazer O Mecanismo, não ia ter herói nenhum. Ia ter só bandido dos dois lados. Um roubando os cofres públicos, o outro deturpando as leis processuais para atingir objetivos –que depois viraram objetivos políticos, sim. Ficou bem claro que teve uma perseguição. 

Crítico de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Padilha afirma que, apesar de ter mudado de ideia, não defende o ex-presidente. “Não estou dizendo que Lula não sabia da corrupção. Evidente que sabia. Mas ficou óbvio que houve uma exacerbação dos casos contra Lula para tirá-lo da eleição. Se refizesse O Mecanismo, não é que o PT seria melhor, é que seria tudo ruim. O PT, o Ministério Público, o Sérgio Moro. Estava tudo errado ali”. 

No entanto, ele revela que em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula, ele votará no petista. “Voto nele sem pestanejar. Pois, não adianta viver no mundo ideal, abstrato, descolado do que ocorre. A escolha está dada para o brasileiro”.

“Bolsonaro é um mentecapto, vou colocar assim. Bolsonaro é um sujeito que traz em si todas as características do miliciano do Tropa de Elite 2 [2010]. O final do Tropa 2, que mostra os milicianos chegando à política, foi profético de uma maneira que eu gostaria que não tivesse sido”, completa o profissional.

Na entrevista ele ainda defende a mobilização de astros de Hollywood em pró da Amazônia. “Vejo como legítima. A visão dos militares sobre a Amazônia, refletida pelo Bolsonaro, sempre foi de cunho paranoico e delirante, com suas ideias de que vão tomar a Amazônia. �? uma mentalidade tão tacanha que nem consegue ver a importância da Amazônia para a biodiversidade ou o clima. Os povos nativos não são levados em conta. Leonardo DiCaprio está certo”. 

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