‘Lutei para trazê-lo de volta, não consegui’, diz viúva de vítima da Backer

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“Eu lutei muito pra trazer ele de volta e eu não consegui, eu não consegui, então, não quero falar mais”. A frase da empresária Eliana Reis foi o ponto final da primeira fase do julgamento do Caso Backer. A audiência de testemunhas e vítimas da acusação foi encerrada após quatro dias de depoimentos na 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.

Eliana perdeu o marido, José Osvaldo de Faria, intoxicado pela cerveja Belorizontina. Muito emocionada, ela falou com a imprensa após ser a 27ª pessoa ouvida nessa fase do julgamento.

“Eu espero justiça, como todo mundo. Porque o meu marido ficou 503 dias dentro de um box e 20 dias dentro de um quarto e não conseguiu, esse veneno é uma coisa muito devastadora”, contou.

Com a voz embargada, a empresária contou sobre a luta do marido pela vida. Ela relatou a longa agonia de uma das 10 pessoas que não resistiram aos efeitos do dietilenoglicol, substância tóxica presente na cerveja da Backer.

 

 

“O que eu falo é que este homem aqui internou com gastroenterite e seis dias depois é isso aqui que estava no box. Este homem convulsionou três dias em coma, este homem sofreu toda a sorte de agulhadas, de cortes, de choques, ele morreu seis vezes, teve nove pneumonias, teve escaras do tamanho de um prato de pizza aqui e atrás (com gestos), não ficava confortável nem de lado, nem de barriga pra cima. Este homem sofreu muito, muito”, disse mostrando imagens do marido antes e depois da internação no CTI.

Durante a entrevista, Eliana ainda cobrou mais fiscalização na produção de cervejas e citou o fato de que a Backer oferecia cursos sobre o processo de fabricação da bebida.

O julgamento agora deverá entrar na fase de audiência das testemunhas da defesa dos 10 réus indiciados pela contaminação. As datas dessa etapa ainda não foram marcadas pelo juiz responsável.

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