Alta Inflação em abril é provocada por alimentos, combustíveis e fatores externos, diz economista

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Efeitos externos podem manter a escalada da inflação no Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 1,06% em abril, a maior variação para o mês desde 1996, após subir 1,62% em março. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA registra uma alta de 12,13%. As elevações dos alimentos e dos combustíveis impulsionam o índice no país, mas os efeitos mundiais da pandemia da Covid-19 ainda são sentidos na falta de matérias primas, elevações também dos insumos e custos de logística.

A economita da XP Investimentos, Tatiana Nogueira, ressalta que as novas interlocuções nas cadeias de suprimentos pela política de Covid-19 zero na China e prolongamento da guerra na Ucrânia implicam riscos adicionais à produção global, que chegam ao Brasil inevitavelmente. �??Os preços das commodities agrícolas, porque a Rússia e a Ucrânia são importantes países produtores de trigo, de milho e de fertilizantes, em especial para a produção agrícola do resto do mundo, mas também a Rússia é um termo muito importante na produção de petróleo, não só o petróleo, o gás natural e produtos também já refinados do petróleo. Então o comércio com a Rússia acabou prejudicando e elevando esses preços adicionalmente no início de 2022. Então o ano de 2022, que seria um ano de normalização, em que a gente teria os indicadores da pandemia muito menores, a atividade econômica retornando aos patamares pré-pandemia, a gente esperava uma normalização, e o conflito só posterior essa normalização e acabou gerando mais pressão inflacionária�?�, explica.

Tatiana Nogueira explica que a análise indicava uma inflação de 7,5% dos bens industrializados em 2022 após um salto de 12% em 2021, mas, com as novas variáveis, as simulações apontam, agora, para uma inflação do segmento a 10%, que pode gerar um impacto de 0,7% ao IPCA no Brasil. �??Por que o Brasil sofre e, muitas vezes a percepção é que sofre mais, é que além dos fatores externos, que a gente viu aí subindo a inflação de todo mundo, a gente teve os nossos fatores [internos] também. A demanda aquecida e, principalmente, a questão hídrica prejudicaram ainda mais aqui a economia e ocasionaram a pressão nos preços�?�, defende. O relatório Brasil Macro Mensal da XP reforça que se os riscos se materializarem, a inflação ao consumidor ficaria entre 9% e 9,5% no final de 2022.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Casas Bahia fecha acordo de recuperação extrajudicial para dívidas de R$ 4,1 bilhões

O Grupo Casas Bahia anunciou um acordo de recuperação extrajudicial para dívidas no valor de R$ 4,1 bilhões com os principais credores, Bradesco e Banco do Brasil. O acordo prevê a preservação de R$ 4,3 bilhões em caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão apenas em 2024. Antes da renegociação, a empresa teria que desembolsar

Alckmin diz que responsabilidade fiscal é um dever de todos e reforma tributária vai trazer eficiência econômica

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que a responsabilidade fiscal é um dever de todos, durante participação no Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ele defendeu que o governo do presidente Lula tem como característica o diálogo entre os Poderes. “É um diálogo permanente com

Lira diz que setores vitais terão tratamento diferenciado na reforma tributária

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse, neste sábado (27), que a regulamentação da reforma tributária não deve ter um relator único e que preservará o tratamento diferenciado de setores que são vitais para o Brasil. As declarações foram dadas na solenidade de abertura da 89º edição da ExpoZebu hoje em Uberaba