Atacados de Minas fecham 2021 com R$ 17 bilhões de receita

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Num preocupante cenário de elevação dos preços dos produtos da cesta básica, dos combustíveis e das commodities internacionais, os atacados e distribuidores de Minas Gerais fecharam o ano de 2021 com um faturamento de R$ 17 bilhões, com crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Os números foram apresentados nesta segunda-feira (6/6), em Atibaia (SP), pelo Instituto de Pesquisas NielsenlQ, durante a 41ª Convenção Anual do Canal Indireto, promovida pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).
Minas aparece com quatro empresas do setor no ranking das 10 que mais arrecadaram com vendas no período, com um montante de R$ 13,4 bilhões em faturamento.
Com faturamento de R$ 7,156 bilhões, o maior destaque de 2021 foi o Grupo Martins, que encabeça a lista regional e figura na segunda posição nos rankings regional e nacional, atrás apenas do Atacadão (SP), que foi o campeão de vendas no ano passado, com R$ 59 bilhões de faturamento.
Em Minas, os atacados Decminas/Apoio Mineiro (que faturou R$ 2,3 bilhões), Vila Nova (R$ 2 bilhões) e Bahamas Mix (R$ 1,96 bilhões) também atingiram a faixa dos primeiros colocados no estado e também a nível nacional.
“Observamos um crescimento do nosso setor em todo o país em termos de tecnicidade e aproximação com nosso cliente, que compra no pequeno e no médio varejo, onde complementarmente fazemos nossa distribuição e prestamos nosso serviço logístico. Hoje, os atacados conseguem atender as famílias tanto na conveniência, quanto no abastecimento normal”, avalia o presidente da Abad, Leonardo Severini.
Na Região Sudeste, Minas despontou como o segundo estado com maior faturamento nos atacados e distribuidores, atingindo 21,38% das vendas totais entre as empresas participantes. Apesar disso, o crescimento da receita foi maior nos outros estados.

Receita nos estados

São Paulo lidera o ranking regional, com receita de R$ 65,7 milhões e avanço de 14% no comparativo com 2020. E o Rio de Janeiro vem na terceira posição, com arrecadação de R$ 9,1 milhões, 27% a mais que no ano retrasado.
Para Severini, é inevitável que o contexto internacional interfira nos preços dos produtos atacados e, consequentemente, no faturamento das empresas. “Sentimos um pouco, principalmente no impacto no barril de petróleo e no aumento da energia. Percebemos uma recomposição de preços de situações inflacionárias, embora as empresas não tenham sentido problemas de abastecimento de produtos e embalagens”.

Balanço nacional

Em todo o país, os atacados e distribuidores foram responsáveis por um faturamento de R$ 308,4 bilhões em 2021, um reflexo ainda das medidas de isolamento em virtude do coronavírus. “As pessoas deixaram de gastar em casa e optaram por compras em atacados”, afirma Severini.
Apesar disso, a Abad registrou uma queda de 8,5% em volume de vendas no período. Os segmentos de bebidas (queda de 16,3%), pequeno e médio autosserviço independente (-15,6%) e perfumarias (-6-6%) também apresentaram retração no volume de vendas em todo o país.
Segundo Daniel Asp, gerente de Business Intelligence da NielsenlQ, a queda no volume de vendas ainda é uma consequência da perda do poder de compra do consumidor: “Ainda vivemos incertezas, com inflação em alta, e isso impacta no preço dos produtos. Logo, inflação e juros altos são fatores que impactam no consumo das famílias. Apesar de termos registrado no Brasil uma queda na taxa de desemprego, é importante notarmos que ele ainda se encontra em alta. Logo, temos um consumidor que racionalizar gastos e não quer contrair dívidas”
Na contrapartida dos vários setores que tiveram retração em volume de vendas, os atacarejos (avanço de 1,1%) e as redes de farmácia (4,2%) apareceram como destaque no setor. No caso do faturamento, os mesmos segmentos tiveram êxito, com 15,9% e 8,9% de receita a mais que em 2020, respectivamente.

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