Ofensiva do Congresso contra a Petrobras expõe novo descompasso entre Câmara e Senado

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

A ofensiva de líderes partidários contra a Petrobras, exemplificada pela coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e a discussão sobre a mudança da Lei das Estatais, expõe um novo descompasso entre deputados e senadores. Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu publicamente a edição de uma medida provisória (MP) para alterar diretrizes da lei que rege critérios de governança das empresas públicas, e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), iniciou a busca por apoio para a criação da CPI, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se opôs às movimentações.
Na noite da segunda-feira, 20, após reunião de líderes, Arthur Lira fez um pronunciamento à imprensa e pediu que o Ministério da Economia encaminhe o mais rápido possível um texto que altere a Lei das Estatais com o objetivo de garantir �??uma maior sinergia�?� entre as empresas e o governo no momento. Na tarde desta terça-feira, 21, Pacheco foi na contramão. �??Não me parece que seja a solução diante de um problema casuístico e circunstancial haver uma alteração em uma lei concebida e que foi dentro de critérios para poder se ter regras em relação às estatais para diminuir a interferência política e dar mais governança a essas empresas. Me parece que isso não é necessariamente uma solução para o problema que nós enfrentamos hoje�?�, disse o parlamentar mineiro.
Mais cedo, Pacheco já havia se posicionado contra a criação de uma CPI para investigar a Petrobras. Em coletiva, o presidente do Congresso afirmou que a proposta �??não tem a mínima razoabilidade�?�. �??Não sou favorável. Acho que não tem a mínima razoabilidade uma CPI em um momento desse por conta de um fato desse. Acho que há outras medidas, inclusive de índole legislativa e do Poder Executivo muito mais úteis para resolver o problema do que uma CPI�?�, declarou.
Esta não é a primeira vez que Pacheco se distancia das articulações capitaneadas por Lira, aliado do presidente Jair Bolsonaro. Na sexta-feira, 17, na esteira das críticas de ministros e líderes governistas à Petrobras, o parlamentar do PSD disse, em nota, que �??não há dicotomia entre Petrobras e governo�?�, destacando que cabe ao Planalto a escolha do presidente e do conselho da estatal. �??�? inexistente a dicotomia Petrobras e Governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo Governo�?�, escreveu o mineiro. O comandante do Congresso também tem cobrado que os deputados votem o projeto de lei que cria uma conta de estabilização para os preços dos combustíveis. Aprovado em abril pelo Senado, o texto direciona dividendos da Petrobras para um fundo que seria aplicado na amortização dos preços em momentos de crise. A proposta, no entanto, está parado na Câmara.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Ex-chefe da PRF chega a oito meses preso por ordem de Moraes

(FOLHAPRESS) - O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques completou oito meses preso e acumula derrotas no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Dois pedidos de soltura já foram negados pelo ministro, e a defesa de Vasques apresentou uma nova petição para a saída do ex-diretor da Papuda

Arthur Lira defende proposta para limitar ações no Supremo

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer “subir o sarrafo” de quem pode propor ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, inclusive contra decisões do parlamento. “Temos parlamentares que têm coragem de enfrentar esse tema”, assegurou. As falas de Lira são de discurso feito, na manhã deste sábado (27), na

CGU aponta benefício ilegal a ministro de Lula e desvio em obra da Codevasf

(FOLHAPRESS) - A CGU (Controladoria-Geral da União) diz em relatório que a pavimentação de 80% de uma estrada bancada com dinheiro de emenda parlamentar do então deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA) beneficiaria somente propriedades do atual ministro das Comunicações do governo Lula (PT)e de seus familiares. A manifestação da CGU, a qual a Folha teve