Sinais de �??aterrissagem suave�?? dão otimismo ao mercado apesar de alta de juros, diz analista

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A taxa de juros foi elevada nesta quarta, 15, no Brasil e nos Estados Unidos. No país norte-americano, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, elevou a taxa em 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%, e indicou que mais aumentos devem ser feitos nas próximas reuniões do comitê que analisa a questão; no entanto, também disse buscar uma �??aterrissagem suave�??, que controle a inflação sem causar grandes prejuízos à atividade econômica. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), elevou a taxa de juros Selic em meio ponto percentual, para 13,25%, na 11ª alta consecutiva, e indicou que a próxima reunião deve ter aumento de magnitude menor ou igual, também na tentativa de trazer a inflação de volta para as metas. Na análise de Nicola Tingas, economista chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o Fed deu sinais positivos ao mercado financeiro, que se animou apesar das altas.

�??O FED está tentando trabalhar as expectativas do mercado de que será possível uma aterrissagem suave e teve o cuidado que na próxima reunião reajustará 75 basepoints ou 50 basepoints (0,5 ponto percentual ou 0,75 ponto percentual), o que deu um momento de otimismo pro mercado de que embora ele aperte a política monetária, e vai apertar, está atacando a inflação e ao mesmo tempo está fazendo isso sem prejudicar enormemente a atividade econômica. Ou seja, busca evitar uma recessão profunda. O mercado saudou isso: o dólar caiu frente ao real, as taxas de juros longas caíram e isso imediatamente impacta nos mercados de bolsa que tiveram subida. Essa é uma mudança de posição de trajetória do Fed de uma postura mais passiva para uma mais ativa, mas tentando fazer isso com alguma parcimônia�?�, avalia. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve subida de 0,73% e fechou em 102.806 pontos nesta quarta; o dólar se desvalorizou 2,08% frente ao real e está cotado a R$ 5,02.

Para Tingas, apesar do Brasil viver um ciclo mais longo de altas na taxa de juros, que ainda não foi encerrado, o Copom tem dado sinais semelhantes aos do Fed. �??�? mais ou menos a expectativa dentro da que o mercado está trabalhando. O importante é que o Copom está mostrando proatividade e ao mesmo tempo, moderação. A vantagem do Copom é que ele já está nesse momento bem mais adiantado ao usar os juros como forma de pressionar a inflação para baixo do que o Fed e outros bancos centrais que se mostram muito relutantes. Então, o cenário, se bem administrado, pode ajudar o mercado a absorver um ajuste que embora forte ele tenta ser o menor negativo possível para a atividade econômica�?�, comentou Tingas.

Rodrigo Simões, especialista em Finanças e Economia e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo, avalia que a economia ainda pode sofrer no futuro com os aumetnos. �??A inflação americana não está cedendo facilmente, e esta elevação de hoje nos mostra que ainda estamos no meio do caminho. O efeito de um reajuste de taxa de juros não é imediato na economia, onde cada ponto percentual elevado vem a ter efeito de fato na economia entre 3 e 6 meses depois. E esta política de elevação de juros para combater a inflação, terá impacto na atividade econômica, o que poderemos ver mais projeções de quedas real do PIB americano nos próximos períodos�?�, avalia. Em relação ao Brasil, Simões acredita que ainda serão necessárias mais duas altas na Selic para que a inflação caia para menos de dois dígitos e se aproxime da meta de 2023.

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