A presença da mulher no movimento indígena

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Na década de 1970 surgiu o Movimento indígena no Brasil, desta maneira os povos originários iniciaram suas articulações nos âmbitos local, regional e nacional. As mulheres sempre foram um grupo expressivo, são centenas de povos unificando a defesa pelo direito aos seus territórios sagrados e ancestrais, preservando suas ciências e a natureza. A visibilidade  e o protagonismo   das mulheres indígenas no movimento indígena nacional são históricos e vem se consolidando como um símbolo de resistência e de direito conquistado.

A expressiva participação feminina nos Acampamentos �??Terra Livre�?� dá mais visibilidade às mulheres nas suas atuações políticas, mas, foi na Marcha das Mulheres Indígenas de 2021, que houve um impacto ainda maior com a presença e condução das mulheres nos espaços  discutindo a sabedoria ancestral, a cosmologia dos povos indígenas, a forma como vemos o mundo em sua totalidade, o respeito aos saberes medicinais, os valores, e principalmente a importância que tem os nossos anciões, aqueles que são nossas verdadeiras enciclopédias e fonte de sabedoria para novas gerações. 

Nesses eventos, grandes plenárias discutiram todos os temas, inclusive a cura da terra, educação de qualidade, a saúde da mulher indígena, com a coragem de abordar sobre assédio sexual e moral oriundo de homens não indígenas e também indígenas. Apesar dos grandes desafios muitas mulheres assumiram a liderança dos seus povos, a ciência como majés, e até representações importantíssimas à frente dos movimentos organizados liderando e enfrentando as adversidades do patriarcado que é secular.

A interseccionalidade é utilizada como ferramenta analítica e de descoberta subjacente de um cenário histórico onde as mulheres foram colocadas à parte, em tarefas secundárias, mas, ao mesmo tempo buscam formas de dar visibilidade a presença e a prática feminina na emancipação histórica dos seus povos e no universo da espiritualidade. A presença e a liderança das mulheres indígenas são marcadas pela sabedoria diferenciada de ser líder: isso é, a força e a determinação das originárias – que são por natureza as filhas da ancestralidade.

O Projeto �??Filhas da Ancestralidade- Mulheres Unidas�?� é desenvolvido por lideranças indígenas, coordenadoras do MUPOIBA, fortalecendo os  coletivos de mulheres dentro dos seus territórios visando a autonomia econômica, a melhoria na situação de vida, e a implementação de políticas públicas.

Elaine Patrícia de Sousa Oliveira, pedagoga, liderança indígena Atikum-Pankararé e co-coordenadora do Movimento Unido de Povos e Organizações Indígenas da Bahia

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