O diretor australiano Baz Luhrmann, de Moulin Rouge e O Grande Gatsby, é daqueles que deixam sua assinatura muita clara nos filmes que realiza: edição frenética, música nas alturas, cores extravagantes e, às vezes, joga baixo para emocionar o espectador. O novo filme dele, Elvis, sobre o primeiro grande astro do rock, Elvis Presley (1935-1977), estreia hoje e não traz nenhuma novidade em relação a esses elementos que marcam as criações de Luhrmann.
O filme visita a infância do cantor, quando ele se encantava com as canções gospel que ouvia os negros cantarem em encontros religiosos. No filme, o pequeno Elvis entra em transe, literalmente, com o som daqueles coros emocionantes formados por potentes vozes de homens e mulheres. E é dali que nasce a influência da black music na maneira de cantar daquela futura estrela.
E quem descobre o talento de Elvis quando ele tem cerca de 20 anos é Tom Parker, conhecido como Coronel, em mais uma ótima – e caricatural – atuação de Tom Hanks. �? o Coronel quem narra a história e dá seu ponto de vista, tentando defender-se das acusações de ter se aproveitado do talento do rapaz e tê-lo usado para sustentar o seu vício em jogo.
Tom Hanks vive o ‘Coronel’ Tom Parker, empresário de Elvis |
Austin Butler, que já foi estrela de filmes da Disney, é que dá vida ao Rei do Rock. E ele dá conta do recado, com todos os maneirismos e trejeitos que o personagem e o diretor pedem. Sua dança, remexendo freneticamente os quadris, enlouquece as mulheres. Não à toa, os reacionários ficaram furiosos com o cantor, porque não suportavam ver suas filhas e namoradas berrando para o rapaz.
O filme deixa clara a importância simbólica que Elvis teve contra o racismo, mesmo sem que ele percebesse isso. A sociedade reacionária não aceitava que um homem branco que dançava e cantava como os negros – e ainda tinha um visual meio andrógino – fizesse sucesso e levasse a cultura negra para o mainstream.
Mesmo que repita a fórmula já conhecida de Luhrmann, que, às vezes cansa, o filme é envolvente, graças ao elenco e, claro, às músicas do Rei, que, no cinema ganham uma potência a mais.
Em cartaz no Cinemark, UCI, Bela Vista, Metha Glauber Rocha e Saladearte
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