Diretor do Mineirão opina sobre estádio de Betim: ‘Jogada de comunicação’

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Diretor do Mineirão, Samuel Lloyd disse em entrevista ao Superesportes, nesta quarta-feira (6), que o anúncio da intenção da prefeitura de Betim em construir um estádio é uma “grande jogada de comunicação”. Lloyd alertou para a dificuldade em viabilizar a obra de uma arena e o risco de sua subutilização, como ocorre em outros espaços no Brasil, como as Arenas da Amazônia, de Pernambuco e das Dunas, todas erguidas para a Copa do Mundo, mas com poucos eventos.

“Eu não tenho informação sobre a Arena de Betim. Achei que foi uma grande jogada de comunicação. O projeto já existia. Já era um projeto que estava pronto, na gaveta, e que ninguém sabia que esse projeto existia. Então, ele pegou uma carona, ele é um grande comunicador, dono de veículo de comunicação, pegou uma carona num assunto quente e surfou”, disse.
“Se o projeto vai sair ou não, se ele é para o Cruzeiro, se é bom para o Cruzeiro ou não, eu não tenho nenhum dado na minha mão que me permita avaliar. O que posso dizer é o seguinte: não é fácil subir arena e não é fácil, depois que ela está pronta, gerir essa arena. Quantas arenas ociosas a gente tem no Brasil e em grandes cidades?”, acrescentou.
A prefeitura de Betim enviou proposta ao Cruzeiro, no último dia 23, para a parceria de administração do estádio que pode ser construído no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O estádio teria inspiração na Arena da Baixada, do Atlético-PR, com previsão de comportar 45 mil torcedores nos jogos e 52 mil pessoas para shows. Segundo a prefeitura, o estádio se viabilizaria apenas como um espaço de eventos e diversão.

Parceria Público-Privada

Para a construção, o dinheiro viria de uma parceria público-privada de R$ 450 milhões. A prefeitura de Betim disse já ter recebido empresários para falar do projeto. Um grupo multinacional, que não teve o nome revelado, teria gostado do que foi conversado com a prefeitura. A área do estádio fica próxima ao shopping Partage, na entrada da cidade para o motorista que vem do sentido Belo Horizonte. O local não tem impedimento para o início das obras, segundo a prefeitura.
Samuel Lloyd questionou uma Público-Privada sem licitação. “Baseado na sua pergunta e nas palavras que você usou. Estamos falando de uma PPP, certo? Você falou que ele (o prefeito Vittorio Medioli) ofereceu de a prefeitura ter uma contrapartida e de o Cruzeiro entrar como sócio. Voltando aqui numa questão republicana, lei brasileira. PPP, gente, é licitação. Nenhum governante pode escolher uma empresa privada para gerenciar qualquer negócio público sem licitação. Nenhuma”, disse. 
“E a gente tem pouquíssimo conhecimento sobre isso no Brasil, o que é um absurdo. ?? nosso bem, é público, é de todos cidadãos. E não é porque a empresa A ou B tem não são quantas milhões de pessoas apoiando que ela pode simplesmente tomar um bem público. Isso não existe. Isso é Venezuela. Teve gente que gosta da Venezuela que ficou bem bravo comigo, desculpa para todo mundo que gosta da Venezuela”, acrescentou.

Ouça o podcast Superesportes Entrevista com Samuel Lloyd

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