O presidente italiano, Sergio Mattarella, dissolveu nesta quinta-feira, 21, o Parlamento, após o primeiro-ministro Mario Draghi renunciar ao cargo. Isso implica, automaticamente, em eleições antecipadas, que serão realizadas em 25 de setembro. �??Sancionei o decreto de dissolução das Câmaras, com o objetivo para convocar novas eleições no prazo máximo de 70 dias�?�, disse Mattarella, ressaltando que essa decisão é sempre �??a última opção�?�. �??A situação política levou a esta decisão�?�, declarou Mattarela ante as câmeras de televisão, referindo-se ao fim da coalizão de unidade nacional que apoiava o governo liderado pelo economista Mario Draghi.
Mattarella agradeceu a Draghi e a seus ministros pelo trabalho realizado durante �??estes 18 meses�?� de governo e recordou que a situação econômica, assim como o custo da energia e dos alimentos, �??não permitem muitas pausas�?� e advertiu que ainda há muitas medidas a serem tomadas. O fim do Executivo liderado por Draghi pode beneficiar, sobretudo, a coalizão de direita liderada pelo partido pós-fascista Fratelli d�??Italia (Irmãos da Itália), dirigido por Giorgia Meloni. Pesquisas indicam sua vitória confortável nas eleições. Esta manhã, muito aplaudido na Câmara dos Deputados, Draghi solicitou de imediato a suspensão da sessão para se deslocar ao palácio presidencial do Quirinal, onde chegou pouco depois das 09h15 locais (04h15 em Brasília) para comunicar a sua �??decisão�?� ao presidente Sergio Mattarella.
A dissolução do Parlamento era a conclusão esperada depois que o Força Itália, partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, partido de extrema-direita de Matteo Salvini, e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confiança solicitado na quarta-feira pelo primeiro-ministro no Senado. A queda do �??Super Mario�?�, designado para salvar a Itália em fevereiro de 2021 em um momento de crise social, econômica e sanitária, gerou fortes reações em toda a península. De acordo com as pesquisas, a maioria dos italianos desejava que Draghi permanecesse no cargo, uma das razões pelas quais ele recuou na quarta e não confirmou sua primeira renúncia. No entanto, não conseguiu fazer com que os partidos de sua coalizão se alinhassem em torno de um �??pacto�?� de governo que ele propôs em um longo e denso discurso no Senado.
*Com informações da AFP
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