A história de um parque que se confunde com a formação da própria comunidade, o Confisco, na região da Pampulha, está em área de vulnerabilidade social e é um dos mais protegidos pela própria comunidade. O espaço de lazer faz parte de uma rede pública de atendimento conquistada pelos moradores que partiu de uma luta por moradia e englobou escola, posto de saúde e Centro de Referência da Assistência Social (Cras).
O Parque do Confisco está em bom estado de conservação e cuidados. Mesmo de segunda a sexta-feira, quando muitos estão trabalhando ou estudando, a vida pulsa no espaço, com a frequência em grande parte de famílias, crianças e idosos. Jardins aparados, grama cortada, equipamentos de ginástica ao ar livre, brinquedos, quadras de peteca, multiesportivas e campo de futebol em excelentes condições. Corrimãos, escadas e pistas de acesso, além de uma arquibancada, todos pintados e bem cuidados. Nos fins de semana, o espaço fica lotado com feiras que oferecem os mais variados produtos, brincadeiras e torneios esportivos.
Quem não deixa de passear por lá é o professor de educação física Avner Raynner Gomes de Paula, 30 anos. Diariamente, ele leva seu cão yorkshire Tunico e o sobrinho Davi Lucas Rodrigues de Paula, de 8 anos, para brincar no parque. Ele conta que quando nasceu havia apenas um buraco e lembra quando começaram as obras do espaço. “Tinha uns 10 anos. Hoje adoro fazer caminhada por aqui”, diz.
“O parque é nossa joia, todos se divertem sem atrapalhar ninguém. Muitos que estão sem trabalho vêm vender as coisas aqui no final de semana. Acho que pode melhorar, poderia ter uma piscina, eu gosto muito de nadar. O Cras ali em frente nos ajuda muito, promove muitas atividades”, reconhece Denise de Oliveira Barros, 76 anos, uma das primeiras moradoras a chegar na antiga ocupação.
História de conquista
?? com orgulho que as pessoas contam a história sobre a constituição do bairro em mutirão e dos equipamentos públicos, resultado da amizade entre os moradores e sistema de cooperação. A área foi doada pelo governo do estado para moradia de desabrigados de vilas e favelas de Contagem e Belo Horizonte, e fica no limite entre os dois municípios. Houve muitos conflitos tanto entre os ocupantes quanto entre poder público das duas cidades. Alguns receberam materiais de construção, mas a maioria não, obrigando muitos a morar em barracas de lona, até a regulamentação, ou ter condições de pagar pelos insumos. Água, luz, rede de esgoto, transportes e pavimentação eram sonhos distantes.
No meio do terreno existia um enorme buraco, onde havia nascentes e todos depositavam lixo, já que não havia coleta. Foi nessa área de 28 mil metros quadrados que foi criado o Parque do Confisco, implantado em 1999 com recursos do Orçamento Participativo (OP).
De acordo com dados da prefeitura, a área de lazer apresenta como característica marcante três nascentes que abastecem a Lagoa da Pampulha. A cobertura vegetal arbórea é esparsa e composta por mangueiras antigas, eucaliptos, jaqueiras e ingás. A área não vegetada é coberta por grama. Também foram plantadas árvores nativas, como ipê, aroeira, capororoca, quaresmeira e sapucaia, com o objetivo de recuperar a área próxima à nascente. Sua fauna é composta por aves e insetos, ocorrendo raramente presença de alguns mamíferos de pequeno porte.
“Ocupamos um terreno em uma barraca de plástico. Foi uma luta da comunidade, ‘uma briga’ mas acabamos ganhando, queriam tirar nossas barracas. Vivíamos de aluguel, trabalhava como gari e o dinheiro não dava”, conta Denise, que tem cinco filhos, quatro netos e cinco bisnetos que frequentam o local quando a visitam.
Líder comunitária do grupo “Acorda Confisco Criativo”, Maria das Graças Silva Ferreira, 58 anos, conta que no início vieram famílias de várias comunidades. “Conseguimos os terrenos, todos construindo junto, uma época muito boa na nossa vida, tem uns 30 anos. Vi a construção da escola, do centro de saúde, do Cras, o parque, tudo em sistema de mutirão e ajuda da comunidade. Eram pessoas que moravam em áreas de risco, não tinham como pagar aluguel, gente de BH e Contagem. O parque é maravilhoso, foi uma conquista no Orçamento Participativo, era um buraco com lixo, onde tinha nascente. A comunidade usufrui muito do espaço é o único, com essa característica, no bairro. Tem usado bastante, estamos também trazendo feiras nos fim de semana. Digo que hoje moro em área nobre da Pampulha.”
A história da criação dessa rede intersetorial é contada no capítulo ???Rede Confisco pela Paz: tecendo uma experiência criativa no território???, que faz parte do livro digital ???Criatividade ??? mudar a educação, transformar o mundo ???, organizado pelo programa Escolas Transformadoras, correalizado no Brasil pela Ashoka e pelo Instituto Alana. “Aqui era um buraco, tinha uma bica onde eu lavava roupa. O terreno eu ganhei do governo do estado. O parque e o bairro foram construídos pela comunidade. A prefeitura dava material e a gente fazia mutirão”, conta Maria Efigênia Rodrigues, 77 anos, doméstica.
Atividades construídas em conjunto
O Parque do Confisco faz parte de uma rede territorial com ações conjuntas, explica a assistente social do Cras do bairro, Flávia Santos de Oliveira, 39 anos. Ela explica tratar-se de equipamento público que integra o Sistema ??nico de Assistência Social (Suas BH ). ???Atendemos o público de assistência social, aberto a todos, mas a maioria são famílias em situação de vulnerabilidade social. Hoje no território temos a Rede Confisco pela Paz, englobando, o Cras, o posto de saúde, a Escola Municipal Anne Frank, o parque e centros culturais, todas as atividades territoriais são construídas em conjunto”, diz.
Vestida com a roupa típica, a podóloga Maria do Socorro Rodrigues, 57 anos, atravessa o parque para chegar ao Cras, onde apresentaria a dança cigana com seu grupo “Flor de Liz”. “O parque é muito importante, mas precisa de mais carinho. Sou prova viva da luta desse bairro. Fui uma das que corri atrás para conseguir pavimentação. O parque era reivindicação da comunidade. Apresentamos aqui (no parque) de vez em quando, mas em outros equipamentos públicos também, como o Cras”, conta.
O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) da UFMG é responsável pela extensão entre o estudo de células, embriões, tecidos e anatomia com toda a comunidade da capital. Fundado há 27 anos pela professora Maria das Graças Ribeiro, o museu é focado no ser humano, com a maioria da exposição sendo composta por materiais reais.
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