CEO do Atlético detalha planos do clube com recursos da venda do shopping

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Bruno Muzzi, CEO do Atlético, detalhou os planos do clube com os recursos advindos da venda de 49,9% dos direitos do shopping Diamond Mall ao grupo Multiplan. O Galo pretende atacar prioritariamente as dívidas onerosas, que são as mais prejudiciais à saúde financeira da instituição.
 
 
 
Inicialmente, Muzzi fez questão de enfatizar que os R$ 340 milhões da venda do Diamond serão integralmente destinados ao pagamento de débitos. “A primeira coisa que nós precisamos deixar claro é que esse dinheiro não é pra pagar empréstimos dos apoiadores (4R’s), não é para a Arena MRV. Esse dinheiro é 100% para reduzir o endividamento do Atlético”, frisou em entrevista ao portal Fala Galo.
 
O negócio entre Galo e Multiplan já está fechado, mas será preciso definir se a transferência passará pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Nesse caso, a liberação dos valores pode levar até dois meses. O clube mineiro receberá R$ 136 milhões à vista, enquanto o restante será pago em 12 parcelas mensais de R$ 17 milhões.
 
“Se tivermos que passar pelo CADE, será um processo simplificado, chamado de “sumário”. ?? preciso entrar com documentação. São 15 dias. Depois tem o processo sumário, de 30 dias. E depois mais 15 dias para julgar e transitar, para haver a aprovação. Enquanto isso, faremos a diligência da venda. ?? um rito a ser seguido”, explicou Muzzi.
 

Planos do Atlético com os recursos

 
Antes da autorização da alienação do Diamond pelo Conselho Deliberativo, o Atlético elaborou um estudo que destrinchou a situação financeira do clube. A instituição fechou o ano de 2021 com dívida global bruta de R$ 1,47 bilhão, sendo 38% onerosos (cerca de R$ 558 milhões).
 
No levantamento, também havia a previsão de que, se o shopping fosse negociado por R$ 330 milhões, os recursos teriam potencial para abater R$ 523 milhões em débitos onerosos, com juros. Bruno Muzzi, no entanto, alerta que essa é apenas uma estimativa: “A chance de corte alto em endividamento bancário é nula, na minha cabeça”, enfatizou.

 

“Temos estudo pronto para todos os mapeamentos do endividamento, todos os contratos abertos do Atlético, (as dívidas) bancárias, agentes, clubes, dívidas trabalhistas. E fiz alguns cenários. Se for 100% aplicado pro problema bancário, o cenário é tal. Se for 100% para agente, é esse. Ou 50% para cada, 33% para cada. Temos o mapa do que acontecerá com o fluxo de caixa”, detalhou.
 
 
 

“E mesmo fazendo isso, a gente tem um problema em 2023, que a gente tem um fluxo de caixa com muita quitação ainda. Então, a gente precisa negociar muito bem com os bancos, para que se alongue os financiamentos existentes, obviamente priorizando aqueles que têm mais custos, e a gente mude o perfil da dívida. Isso para que a gente não caia na armadilha de pagar tudo agora, reduzir o endividamento e, no ano que vem – que precisa fazer captações para organizar – você não capte num custo mais alto, por não saber o que vai acontecer. Então, a gente tem que tomar bastante cuidado”, acrescentou o CEO.

 

Atlético pretende mesclar pagamentos

 
Bruno Muzzi também destacou que o clube certamente mesclará pagamentos entre instituições financeiras e agentes. No entanto, os débitos com bancos serão prioritários, já que geram mais oneração.
 
“Um outro ponto importante é que fala-se muito do corte, que com esses R$ 300 milhões eu consigo pagar 400, 450. São cenários distintos. Bancos estão avalizados e você não vai falar pro banco: ‘Eu vou deixar de pagar, você entra na fila que nós vamos brigar’. Então, a chance de corte alto em endividamento bancário é nula. A gente vai negociar, vai chamar todos os bancos agora. (…) A ideia é mesclar banco e agente. Vamos negociar parcelamentos. Mas o foco principal é a dívida onerosa, que são os bancos”, ressaltou.
 
 
 
Por fim, o CEO do Galo citou a venda do shopping como uma oportunidade para que os empresários que têm valores a receber do clube negociem e sejam pagos. O caso mais emblemático é o de André Cury, que cobra R$ 64 milhões do Atlético em 28 ações judiciais distintas.
 
“O que mais incomoda são os clubes quando vão para a FIFA, porque o pagamento é imediato e tem sanções esportivas. Então, a gente precisa ir para a dívida bancária, que é o que dói bastante, e ir controlando os agentes. (…) Quanto mais a gente conseguir negociar com os agentes e o quanto antes, a chance deles receberem de uma vez…. Eu, se fosse os agentes, pegava na hora”, encerrou.

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