Atriz, bailarina e roteirista, a baiana Camila Lucciola, de 37 anos, deixou Salvador logo que completou vinte anos e partiu para o Rio de Janeiro para estudar na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). Por muito tempo, dividia seu tempo entre o estudo pela manhã, o trabalho como vendedora à tarde e os ensaios à noite. Uma rotina corrida – que ela não fazia ideia de viver um dia – mas que tem lhe levado a vários lugares.
Depois de participar de produções no teatro, cinema e na TV, Camila dá um novo passo em sua trajetória: a estreia do projeto Dates, Likes e Ladrilhos, uma minissérie de nove episódios que vai ao ar no Canal Brasil sempre às segundas-feiras, 21h30, e também vai ficar disponível no Globoplay. Além de dar vida a Juliana, personagem principal da produção, ela também assina o roteiro com a escritora Juliana Frank. A minissérie é dirigida por Fabiana Winits.
A comédia romântica é fruto de uma oficina de roteiros que a atriz estava fazendo no começo da pandemia, ainda em 2020. Ela deu um estalo e decidiu que iria fazer a minissérie. Se hoje já é permitido que se vá a praia, passeios e a vida voltou para os trilhos, há dois anos, mortes, indefinições e desconhecimento estavam no foco. E nada de contatos físicos.
Juliana é a personagem de Camila em nova minissérie (Foto: Divulgação) |
Camila contou com o apoio de artistas como Marcelo Faria, Caco Ciocler, Fabíola Nascimento, Danilo Mesquita, Fernanda Nobre, além das já citadas Juliana Frank e Fabiana Winits para rodar em um set bem pequeno a trama, que gira em torno de uma previsão feita por uma cartomante a Juliana, de que ela encontraria o seu par perfeito.
No desenrolar da história, vão aparecendo diferentes pretendentes para Juliana – uma romântica lidando com os seus desejos sexuais em um período marcado pelo isolamento, trazendo reflexões sobre temas como a solidão, feminismo, afetividade e amor próprio.
�??Não tinha nem vacina quando a gente começou a gravar, eu não imaginava que dois anos depois a gente conseguiria viver normalmente. A gente tinha muita dúvida de como seriam as coisas. Graças a Deus voltamos à vida, estamos socializando, trabalhando sem precisar de confinamento�?�, afirma.
A gravação foi concluída em cerca de 10 dias. �??Foi super difícil, mas também muito bom de realizar. Estávamos confinadas, era tudo reduzidíssimo. Todo mundo se ajudava numa força tarefa belíssima e inesquecível pra mim�?�, recorda.
Na televisão, Camila atuou em trabalhos como Sessão de Terapia, dirigida por Selton Mello, interpretando Stella, mulher do personagem David (Rodrigo Santoro).E também nas novelas Segundo Sol e Saramandaia, ambas na Globo. No cinema, poderá ser vista no filme Nosso Lar 2, dirigido por Wagner de Assis e com estreia marcada para o ano que vem.
A pandemia a motivou a escrever e assim ter mais autonomia sobre seus trabalhos. �??Quero fazer mais cinema, fiz pouquíssimo e quero fazer mais. Quero muito continuar escrevendo roteiro, que é uma coisa que descobri há pouquíssimo tempo e já tenho alguns projetos, sigo estudando, fazendo cursos para me aperfeiçoar�?�, conta a atriz.
Camila Lucciola também quer se especializar em roteiro (Foto: Divulgação) |
A meta, diz, é poder viver de sua profissão. Ciente de que esse é um privilégio para poucos, ela trabalha e estuda para se manter. �??�? uma profissão difícil, que não depende só de mim. Depende de convite, teste, audição. E acho que a gente tem um protagonismo muito centralizado nas mesmas pessoas. E olhe que ainda falo no lugar de uma mulher branca, dentro dos padrões estéticos, e ainda assim é dificílimo�?�, inicia a atriz, antes de relembrar de perrengues que passou, como ter de amenizar o sotaque.
Salvador e a cultura baiana são referenciais na vida de Camila. A família que ela tem no Rio é a de Marcelo Faria, seu ex-marido, pai de Felipa, de 11 anos, com quem mantém uma boa relação. A arte, inclusive, faz parte da família soteropolitana dela, que é cunhada de Russo Passapusso – marido de sua irmã, a apresentadora Pâmela Lucciola.
�??Tenho absoluto orgulho de ser baiana e não é conversa da boca da fora. Ter vindo da Bahia dita quase tudo que sou: princípios, caráter, dança, musicalidade. Quando vim pra cá, sentia muita falta do som da Bahia, do sotaque, das pessoas, da música, da conversa do dia a dia das pessoas na rua�?�, conta.
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