Lisboa — A segurança do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, teve de agir rapidamente para impedir a entrada de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em um encontro do petista com representantes de movimentos sociais que atuam em Portugal, no auditório do Instituto Universitário de Lisboa.
Eles tentaram se infiltrar na lista de convidados, que foram previamente selecionados e tiveram de passar por averiguação. Uma das formas para tentarem o acesso ao evento foi pedindo filiação ao PT por meio do diretório do partido em Lisboa. “De repente, houve um grande número de pedidos de filiação. Estanhamos muito”, disse Marcos Pinheiro, integrante da legenda.
Os apoiadores de Bolsonaro, por sinal, realizaram protestos tanto na porta do Palácio de Belém, onde Lula se encontrou com o presidente de Portugal, quanto nas proximidades do Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro português, António Costa. Os manifestantes contrários à Lula, segundo integrantes do PT, são cooptados pelo Chega, o partido de extrema direita de Portugal, dono da terceira bancada da Assembleia da República. Os brasileiros que vivem em território luso estão entre os principais eleitores da legenda.
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Durante o encontro com representantes de movimentos sociais neste sábado, Lula disse que os defensores de Bolsonaro devem ser ignorados. Ele recomendou que nenhum de seus apoiadores se envolvam em brigas. “Não devemos brigar com o fanatismo dessa gente, são pessoas que não querem ver a realidade”, afirmou. O presidente eleito assinalou que a extrema-direita no Brasil é radical demais. “A esquerda brasileira não faz nem 10% do que essa extrema direita é capaz”, acrescentou.
Fauze el Khadre, apoiador de Lula, sabe bem o tamanho da ira de bolsonaristas. Na sexta-feira, 18 de novembro, ele estava com um totem com a imagem do petista quando uma mulher o agrediu e tentou destruir o objeto. O pior só não aconteceu porque a polícia interveio logo e conteve os ânimos.
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