O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma ação contra o aluno de 14 anos apontado como responsável pelo planejamento de um massacre na Escola Estadual Coronel Camilo Soares, no município de Ubá, na Zona da Mata, em Minas Gerais. A diretora da escola era um dos possíveis alvos. Ainda conforme o MP, o adolescente teve a internação provisória decretada pelo Poder Judiciário.
Segundo a Polícia Civil (PCMG), a apreensão do estudante já havia sido ratificada em 30 de novembro – data na qual pretendia pôr seu plano em prática. Na ocasião, ele entrou na unidade de ensino com um machado e um martelo na mochila.
“Foi ajuizada uma representação pela prática de ato infracional análogo a crime. Além disso, foi ajuizado um processo judicial para acompanhamento da situação do menor”, explica o MPMG, em nota, acrescentando que os processos estão sob sigilo, não sendo “possível o envio de outros detalhes a respeito do caso”.
Relembre o caso
Na manhã do dia 30 de novembro, um aluno de 14 anos da Escola Estadual Coronel Camilo Soares, em Ubá, na Zona da Mata mineira, levou à sala de aula um machado e um martelo na mochila. Ele pretendia usar os objetos para praticar um massacre.
À PM, a vice-diretora disse que tomou conhecimento da intenção do estudante por meio de denúncia anônima feita pelos pais de outro aluno. Ela então acionou o Conselho Tutelar, que, posteriormente, chamou a polícia.
Inspiração para o crime
O estudante confirmou o plano violento aos militares e afirmou ter se inspirado no atentado de Aracruz, no Espírito Santo, no qual um jovem de 16 anos invadiu, a tiros, duas escolas em 25 de novembro. Três professoras e uma aluna morreram, e 12 pessoas ficaram feridas.
Os militares relatam que abriram a mochila do adolescente e encontraram o machado, o martelo e um caderno contendo desenhos, que, segundo o estudante, eram o “modus operandi” do crime. Além disso, os policiais acharam um bilhete no qual estava escrito: “Vou fazer um massacre com um machado e um martelo”.
Diretora era um possível alvo
A superintendente da Secretaria Regional de Ensino de Ubá contou, segundo a PM, que o alvo do ataque seria a diretora da escola, conforme informação repassada pela mãe de um aluno.
Por outro lado, o estudante alegou que pretendia escolher aleatoriamente suas vítimas. Ao pensar em como faria isso, utilizou o celular da avó para pesquisar vídeos que o ajudariam a ter uma ideia de como concretizar a ação criminosa. A motivação, segundo ele, era a insatisfação com o colégio, além de estar infeliz com a família e com a própria vida.
Onda de ataques em escolas
Uma onda de ataques em instituições de ensino tem sido registrada no estado. Em 29 de novembro, a Escola Municipal José Silvino Diniz, no bairro Solar do Madeira, em Contagem, foi vandalizada e teve vidros de janelas e carteiras quebrados, vasos de plantas revirados e pichações de suástica – o maior símbolo do nazismo – e do nome de Hitler.
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No mesmo dia, a Escola Municipal Professora Maria Martins, no bairro Tropical, foi atacada e amanheceu com câmeras e vidros e quebrados. A instituição fica a cerca de 5 km da escola alvo de ameaças nazistas.
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Já no Sul de Minas, uma professora da Escola Estadual Sara Kubitschek recebeu agressões verbais de uma pessoa que se apresentou como aluna e ameaçou cometer um massacre na instituição localizada no município de Carrancas. O boletim de ocorrência foi registrado junto à Polícia Militar em 17 de novembro.
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