A aposta imprecisa de que Lira irá soltar as mãos de Lula agora

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Em parte do noticiário político circula uma aposta, que até agora carece de precisão, como diz o poeta, sobre o seguinte: passado o Carnaval e iniciado de fato o ano no Congresso Nacional, Arthur Lira (PP-AL) irá abandonar e deixar Lula à própria sorte.

Os sinais demonstram que essa possibilidade passa longe da realidade, até agora. Verdade que Lira se fortaleceu com votação recorde na sua reeleição, mas há um preço alto. Entregou até o que não tinha, como presidência de comissões inexistentes. Depois de eleito, foram criados cinco novos colegiados para abrigar seus eleitores.

Fato também é que Lula está hoje muito fortalecido, seja pela bela festa da posse, pela rápida mobilização que coordenou após o 8 de janeiro – unindo governadores e os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo – e suas não vacilantes ações em apoio aos yanomamis atingidos pela fome e miséria e pelas vítimas das chuvas no interior de São Paulo, que o aproximou ainda mais do governo Tarcísio de Freitas, um suposto opositor.

Lira é habilidoso e não seria desastrado de adotar uma posição de confronto com Lula. Divergências episódicas, sobre uma votação ou outra, são naturais que ocorram. Lula já cedeu parte do orçamento para distribuir a seu bel prazer. O petista está mais pragmático que qualquer um de seus dois mandatos anteriores. Quer bola para frente.

E, mais a mais, Lula não é Jair Bolsonaro, que fez o jogo de Lira e deu no que deu.

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