Entenda divisão de receitas da LiBRA, que tem Cruzeiro como um dos mentores

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A Liga do Futebol Brasileiro (LiBRA) refez os cálculos e busca um acordo com a Liga Forte Futebol (LFF) sobre a divisão orçamentária proposta para os clubes das Séries A e B. O Superesportes explica os conceitos e as contas para este novo modelo sugerido em fevereiro, que tem o Cruzeiro como um dos mentores.
O formato de divisão proposto para os clubes do grupo que disputam a elite do Campeonato Brasileiro prevê os seguintes percentuais:
  • 45% do total das receitas será distribuído de forma igualitária
  • 30% medidos pela performance
  • 25% por engajamento (audiência ponderada)
São exatamente os mesmos percentuais exigidos pela LFF. Esse seria o modelo final, implementado em até cinco anos ou quando os contratos de transmissão da liga alcançarem R$ 4 bilhões.
Nesse cenário, a diferença máxima entre clubes seria de 3,34 vezes. É um fator que aproxima as associações de um acordo, já que o valor está perto dos 3,5 solicitados desde o início pela LFF. Num primeiro momento, a LiBRA calculava 4,88.
Até que o patamar de R$ bilhões seja alcançado, é proposto um período de transição com a seguinte divisão:
  • 40% do total das receitas será distribuído de forma igualitária
  • 30% medidos pela performance
  • 30% por engajamento (audiência ponderada)
O período de transição seria linear entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Por exemplo: se a receita for de R$ 3,25 bilhões, a distribuição do período de transição terá peso maior (75%) em comparação com a distribuição pelo ‘Modelo LiBRA’ (25%).
O cenário atual é bem diferente, com 29,7% do valor dividido igualitariamente, 22,2% distribuídos por performance e 48,1% por exibição/audiência.

Premiação por performance

Pelo modelo proposto, a divisão financeira por performance terá modificações e levará em consideração não apenas a temporada atual, mas também as duas anteriores. Os quatro clubes rebaixados, que atualmente não recebem nada, também serão bonificados.
Portanto, a ideia é que haja uma redução na diferença entre o que ganha o campeão e o último colocado, como mostra a imagem abaixo.
Será considerada a média de desempenho dos últimos três anos, com peso ligeiramente maior para a temporada atual (34%) e menor para as duas anteriores (33% em ambas).
O mecanismo entraria em vigor em 2025 e levaria em consideração os Brasileiros de 2023 e 2024.
Em documento divulgado nesta terça-feira (21/3), a LiBRA justifica a proposta em três pontos:
  1. Promover aos clubes maior sustentabilidade financeira e melhor previsão orçamentária;
  2. Melhorar o capital de giro, com distribuição do valor ao longo do ano;
  3. Dispositivo Paraquedas, com o intuito de suavizar o impacto nas receitas de clubes rebaixados.

Premiação por engajamento

O item com maior diferença em relação ao cenário atual é a premiação por engajamento. Atualmente, corresponde a 48,1% do total. Pela proposta, cairia para 25% ao fim do período de transição.
A LiBRA sugere levar em consideração a audiência ponderada ao longo da competição e montou um modelo em que nenhum clube perderá receita em benefício dos demais. 
Donos das maiores torcidas do Brasil, Flamengo e Corinthians fariam as maiores concessões. Porém, estariam resguardados pela cláusula de estabilidade, explicada pela LiBRA em três pontos:
  1. Caso a receita da Série A seja menor ou igual à temporada 2022, os dois clubes manterão o percentual de receitas auferido naquela temporada (em números absolutos, a receita de cada um pode ser inferior à temporada de 2022, sem transferir risco para qualquer outro clube);
  2. Caso a receita da Série A supere a temporada de 2022, os dois clubes terão receita ao menos equivalente (em números absolutos) a auferida naquele ano;
  3. Demais clubes capturam em maior proporção o crescimento inicial de receitas da Liga.
Os mecanismos assegurados para os cinco anos de transição (de 2025 a 2029) são baseados nos valores absolutos da temporada 2022, corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

Repasse para a Série B

A Série B receberia 15% do percentual total arrecadado pela LiBRA, ante 9,5% do que ocorre atualmente. Na liga espanhola, são 10%; na inglesa, 12%. A associação prevê que o modelo de divisão de receitas totais será decidido pelos clubes envolvidos.

Papel do Cruzeiro

O Cruzeiro tem sido ator muito participativo nas negociações da LiBRA, da qual Ronaldo – sócio majoritário da SAF celeste – é entusiasta. O CEO Gabriel Lima é o representante cruzeirense nas reuniões.
A Raposa, aliás, foi um dos cinco clubes com mais atuação na proposta formulada, ao lado de Bahia, Botafogo, Red Bull Bragantino e Vasco.
O dirigente do Cruzeiro integra a comissão de clubes formada para apresentar a nova proposta e buscar um acordo por uma liga única.
Estão com ele Guilherme Bellintani (Bahia), Thairo Arruda (Botafogo), Duílio Monteiro Alves (Corinthians), Rodolpho Landim (Flamengo) e Alberto Guerra (Grêmio).
Atualmente, a LiBRA é composta por 18 clubes. São eles: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
A Liga Forte Futebol, por sua vez, tem 26 integrantes. São eles: ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.

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