Depois de superar polêmicas e ser vendido para o grupo espanhol JY Global Group, o Azeite Royal voltou ao futebol e foi anunciado na última sexta-feira (31/3) como novo patrocinador do Atlético.
Antigo dono da marca, o empresário Eduardo Vinícius Giraldes Silva foi condenado por integrar uma quadrilha de clonagem de cartões de crédito. Ele chegou a ser preso preventivamente, mas recorre em liberdade.
Agora, Giraldes está sendo investigado pelos crimes de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro pelo Grupo de Atuação em Combate à Sonegação Fiscal do Ministério Público (MP-RJ), que apura uma evolução patrimonial atípica nas contas do empresário.
A primeira passagem da Azeite Royal pelo Galo foi iniciada em 2019. Na temporada seguinte, contudo, o clube decidiu não renovar a parceria depois de serem publicizados os processos contra o empresário Eduardo Giraldes.
Caso Adriano da Nóbrega
Outro caso em que Eduardo Giraldes esteve envolvido foi na investigação da morte de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope morto na Bahia, que era suspeito de envolvimento no esquema da “rachadinha” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Giraldes se casou com a viúva de Adriano, Júlia Emília Mello Lotufo, e foi ameaçado pelo suposto chefe do “Escritório do Crime” no Rio de Janeiro. O casamento entre os dois terminou depois das ameaças.
Bernardo Bello, acusado pela viúva de Adriano de ser o chefe do “Escritório do Crime”, tentou orientar o depoimento de Júlia Lotufo na Justiça, segundo depoimento de Giraldes.
“‘Não, porque ela não pode falar isso, não pode falar aquilo. Ela tem que dizer que o marido dela (Adriano) era um louco, um lunático, um maluco, que ela não sabe nada’. (Bello estava) praticamente me coagindo. E eu não sabia o que falar. A única coisa que me veio à cabeça foi dizer que gastei x com advogados, (que) só quero me livrar disso e pegar o passaporte dela. Até soou mal, porque eu estava me tremendo todo, com medo”, disse Giraldes.
Em seguida, Giraldes disse que estava com medo de morrer. “A gente quer a nossa vida de volta, sem risco de vida. (Tenho) medo de que nossa porta estoure toda hora. Dormir 4, 5 da manhã com medo. Não poder ir à varanda com medo de um tiro. Tentar ter minha filha de volta, para ela poder frequentar a minha casa. Quando a gente fala de Portugal, não é que a gente queira fugir para Portugal. Eu tenho imóveis em Portugal, eu tenho empresa em Portugal que já é de um projeto de vida meu”.
Novo dono
A JY Global Group informa que comprou a marca Azeite Royal no início deste ano.
“Desde janeiro de 2023, que a JY Global Group é proprietária da marca Azeite Royal. O nosso principal objetivo é que nosso azeite seja uma referência no mercado internacional na qualidade de produção”, diz nota no site oficial da empresa.
A empresa de origem espanhola não possui filial no Brasil, estando em seis países (Espanha, República Dominicana, Portugal, Costa Rica, Estados Unidos e Venezuela).
A marca Azeite Royal é negociada no Brasil pelo representante Eduardo Silva, que é responsável pela operação na Europa e na China.
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