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Sertão vivo: baiana cria escola de teatro na pandemia, em Paripiranga

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Iniciativa voltada para mulheres e seus filhos foi semifinalista Prêmio LED – Luz na Educação

Em meio ao caos e às incertezas da pandemia, a atriz, ativista artística e professora de teatro Lua Morkay usou a arte como ferramenta para fortalecer mulheres do sertão da Bahia. Ao lado da professora e historiadora Ana Maria Ferreira e do professor e empreendedor Jackson Ferreira, ela fundou o Teatro Escola Sertão Vivo, um projeto de enfrentamento à desnutrição cultural da região.

A iniciativa funciona há quase três anos no município de Paripiranga,  levando teatro, música, cinema comunitário, laboratório de robótica e novas tecnologias, noções de empreendedorismo comunitário e formação sócio-emocional para crianças, jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade social. E ganhou reconhecimento  na segunda edição do Prêmio LED – Luz na Educação, garantindo a participação do Sertão Vivo na semifinal da disputa. Apesar de não ter seguido até a final,  foi uma das 60 entre 2 mil projetos de todo o Brasil.

O destaque nacional deu mais certeza de que Luz está no rumo certo. Para chegar até aqui, ela precisou se ver fora do seu estado e sem renda. Mas nunca sem esperança. Depois de estudar teatro em Salvador, se mudou para São Paulo para trabalhar como atriz de teatro. Sem trabalho durante a pandemia, precisou voltar para a zona rural de Paripiranga. 

O cenário que encontrou em sua cidade natal a incomodava tanto quanto antes de sair de lá. Faltavam bibliotecas, cinemas, teatros ou qualquer outro local que trabalhasse o fortalecimento da cultura. “Eu pensei: ‘não, essas crianças precisam ter aulas’. Então comecei o trabalho de porta em porta, trabalhando com as mães e com os filhos delas. É como diz Gilberto Gil, cultura é necessidade básica, tem que está na cesta básica de todo mundo”, diz.

Quando decidiu vir para Salvador, aos 17 anos, estudar artes cênicas, Lua começou a colocar em prática o sonho de incentivar que pessoas sigam seus sonhos sem medo. “Eu tive que retornar para minha origem, para a minha história para, aí sim, pensar na potência de um projeto social que curasse a minha dor e que, ao mesmo tempo, possibilitasse que outras pessoas não precisem se afastar de casa para encontrar oportunidades de crescer com a arte”, destaca.

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Um dos laboratórios do projeto é o Cinema e Diversão da Meninada do Sertão (Foto: Divulgação)

As aulas da Sertão Vivo são gratuitas, com direito a certificado e evento de formatura no final do ano. O projeto possui cinco frentes e conta com a ajuda da comunidade para fazer as lições acontecerem. 

O Lab.Cênico – Ser[tão]  Mulher, por exemplo, acontece em parceria com a Associação Comunitária dos Pequenos Agricultores de Quixaba. Eles cedem o espaço da sede da associação para a convivência artística por meio de jogos e improvisação, com participação de 30 mulheres e seus filhos. No final, o grupo vai apresentar o espetáculo Ser[tão] Mulher, a Saga das Marias, que tem estreia prevista durante o São Pedro, considerado o maior evento da região.

O Lab. Music – Pra[ca]tum é o laboratório de musicalização. A didática trabalhada pelos professores com os alunos é inspirada nas produções de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Carlinhos Brown. A partir das trajetórias dos artistas no forró e na percussão, as crianças são inspiradas a criar um som que represente o sertão. Elas também aprendem a construir instrumentos com materiais recicláveis como baldes, panelas e garrafas pet. 

Além destes, há o laboratório de Cinema e Diversão da Meninada do Sertão, a atividade  Desenvolvimento Comunitário e o Sertão Vivo Digital, que envolve duas produções: uma revista digital contendo artigos, produções acadêmicas, entrevistas e curiosidades, e uma rádio comunitária em formato de podcast. 

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela

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