A defesa de Daniel Alves usou argumentos como dança e “jogo erótico preliminar ao coito” entre o atleta e a mulher de 23 anos que o acusa de estupro no novo pedido de liberdade provisória. O documento com as citações foi enviado pela defesa ao UOL.
Outro argumento usado para o pedido de liberdade é que “Daniel Alves tem um projeto de vida em Barcelona” e que, portanto, “o risco de fuga é inexistente e impensável”.
Há gravações em vídeo da boate no dia do ocorrido. As imagens são usadas pela Justiça espanhola, mas, em sigilo judicial, não podem se tornar públicas. A defesa diz que, nas imagens, “se vê claramente dois adultos desenvolvendo um jogo erótico preliminar ao coito. Observa-se na denunciante uma conduta abertamente sexualizada, própria de um galanteio sexual em fase de cortejo”.
Os advogados do jogador usam o argumento de que “em algum momento, se vê a jovem colocando-se de costas ao atleta, contorcendo-se e roçando os glúteos em movimento com a zona pélvica do denunciado ao ritmo da música”.
O UOL teve acesso às gravações. Segundo o portal, é possível ver três partes: o início na parte VIP da boate, o momento anterior à ida ao banheiro e a saída do banheiro, depois de 15 minutos.
Após sair do banheiro, a mulher conversa com a prima e ambas deixam o local rapidamente. Na caminhada à saída, a denunciante aparenta dificuldade para caminhar e mostra o joelho ferido.
Na sequência, a mulher chora e fica abraçada à prima por cerca de um minuto. O jogador passa pelo local evitando olhar para o grupo, ainda segundo o portal. Ele passa perto da mulher e não faz contato visual.
Preso desde 20 de janeiro
Daniel Alves está preso preventivamente em Brians 2, na Espanha, desde o dia 20 de janeiro. Ainda não há data para o atleta ser julgado.
Em um primeiro momento, ele negou ter praticado ato sexual com a denunciante. Depois, disse que houve ato sexual consensual. A defesa diz que a inconsistência é fruto de uma tentativa de proteger o casamento com Joana Sanz.
Como denunciar violência sexual
Se você foi vítima de abuso sexual ou conhece alguém que esteja em situação de risco, disque 100. O Disque Direitos Humanos é um serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos.
O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel.
Nesses tipos de crime, as vítimas não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no SUS, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o documento em mãos. Esse exame pode auxiliar em um futuro processo judicial, e deve ser feito o mais rápido possível para que as provas não desapareçam.
A Lei 12.845 prevê atendimento integral e gratuito no sistema público para vítimas de estupro, que inclui medicação de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis, atendimento psicológico e até mesmo o aborto. Para saber onde o procedimento é feito de forma segura e dentro da lei, clique aqui.
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