Burocracia atrasa obras e pode custar até R$ 59 bilhões para o setor da construção

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A burocracia vai impactar a indústria da construção em R$ 59 bilhões até 2025. A análise da Deloitte no levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) traz um exemplo simples. Levantar um prédio residencial padrão deveria levar pouco mais de um ano, mas a realidade brasileira supera os dois anos. O presidente do Conselho Superior da Indústria da Construção, Eduardo Capobianco, destaca que é praticamente impossível dimensionar os investimentos dentro de tantas variáveis que adiam à finalização das obras, sobretudo com o setor público. “Parece que no Brasil, atrasar um processo burocrático por parte de um funcionário público parece que dá mais garantia a ele do que se a gente vem agilizando o processo que vai dar a entender que está beneficiando alguém. Então, tudo é feito para que os processos se atrasem, andem devagar, morosos, com grande impacto para o investidor, evidentemente, porque um projeto que demora para se realizar vem com uma série de problemas com consequência. O Brasil não é um país estável do seu ponto de vista inflacionário.”, diz Capobianco.

No protocolo do projeto à finalização da obra, tudo é cercado por burocracia. E o pior, sem mecanismos efetivos na análise dos custos e aditamentos. Então é fácil repetir a cena da obra parada, como os projetos anunciados para a Copa de 2014 no Brasil. “Se em julho, eu entrei numa concorrência para executar uma obra de estrada. No mês de agosto, o DIGI aumentou 25%, como de fato aconteceu. O que acontece com o meu orçamento? O que acontece com meus preços? Porque nós não podemos fazer preços embutindo inflação, porque a própria legislação proíbe que se embute o custo inflacionário nos preços. Nós deveríamos ter mecanismos que resolvessem facilmente esses conflitos de forma transparente”, continuou o presidente.

No ranking dos entraves, a liberação dos projetos lidera com 74%, com prazo superior a dois anos na aprovação das prefeituras, contribuindo para a falta de previsibilidade, planejamento e revisões de preços. O coordenador do curso de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia, Pedro Henrique Serento de Lira, analisa que novas tecnologias surgem para reduzir os impactos nos projetos, mas a mão de obra especializada também está escassa no Brasil. “Principalmente engenheiros, como a engenharia começou a não ser mais procurada, hoje tem a tecnologia, o boom da tecnologia, as pessoas estão preferindo ir para a área de tecnologia, de TI, do que para engenharia. Agora temos na cidade de São Paulo o metrô, um monte de lançamento de edifícios, isso demanda engenheiro, e alguns deles mudaram de área ou não estão mais na engenharia, então você precisa de novos engenheiros saindo da faculdade e a gente hoje está formando um número muito menor do que formava antes”, analisa o coordenador.

O levantamento da Fiesp foi realizado nos meses de março e abril de 2023, com as 40 maiores empresas imobiliárias e de infraestrutura do Brasil. Nas obras públicas, 78% dos ouvidos citaram justamente a liberação de projetos, que pode levar inclusive sete anos para o aval, além do acompanhamento dos processos, a insegurança jurídica, o desalinhamento entre os órgãos e esferas públicas. A ineficiência aumenta o prazo médio de execução em até 16 meses em infraestrutura e em até 13 meses para o setor imobiliário.

Confira a reportagem na íntegra:

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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