Entenda o que pode mudar com a minirreforma eleitoral

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Com votos de petistas e bolsonaristas, a Câmara começou a aprovar, ontem, a minirreforma eleitoral, que poderá vigorar nas eleições municipais de 2024. Os deputados aprovaram o texto-base do projeto, por 367 votos a favor e 86 contra. A conclusão da votação deve ocorrer hoje, com a apreciação dos destaques.

 

O projeto é parte de um pacote que mexe em várias frentes na legislação eleitoral, como a PEC da Anistia, cuja votação ficou para a semana que vem. Para entrar em vigência nas eleições do ano que vem, todas essas propostas precisam ser aprovadas até 6 de outubro.

 

As principais alterações previstas no projeto envolvem a flexibilização da lei de cotas para negros e mulheres; a redução do prazo de inelegibilidade de um político alvo de alguma condenação; e a autorização de propaganda na internet no dia da eleição — entre uma série de outras medidas.

 

As mudanças no texto da reforma alteram três legislações: o Código Eleitoral, a Lei dos Partidos Políticos e a Lei das Eleições. Apesar de modificações substanciais, o relator do projeto, Rubens Pereira Júnior (PT-MA), afirmou que se trataram apenas de pequenas mudanças.

 

Um dos poucos partidos a orientar contra a proposta, o PSol criticou dois pontos aprovados ontem, que foram o cálculo do quociente eleitoral — utilizado para definir o número de parlamentares eleitos por um partido ou federação — e a permissão que legendas se unam numa eleição, mesmo sem estarem oficialmente coligadas.

 

A discussão sobre o quociente trata das chamadas sobras eleitorais. Dependendo da lei aprovada, um deputado com uma votação expressiva pode não ser eleito — e outro candidato, de outro partido, com poucos votos, pode ocupar uma vaga na Câmara. “Vamos voltar para aquela situação do passado de ter campões de voto fora do Congresso”, disse a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), presidente nacional da legenda.

 

  • Coluna Luiz Carlos Azedo: Minirreforma eleitoral reforça a ”partidocracia” no país

 

Um dos trechos excluídos pelo relator foi a previsão de que um político acusado de compra de voto pudesse trocar a possível cassação da candidatura por uma multa. Polêmico, o assunto foi retirado.

 

Pereira Junior afirmou, também, que atendeu às reivindicações das deputadas e inseriu no texto o respeito ao mínimo de 30% da cota de gênero. Não é, porém, o que dizem até mesmo integrantes do seu partido. Erika Kokay (PT-DF), que votou a favor do texto-base, afirmou que quer discutir melhor esse assunto durante a votação dos destaques. 

 

Outra alteração é a previsão de que os recursos destinados às campanhas femininas poderão custear despesas comuns com candidatos homens e também despesas coletivas, desde que haja benefício para a mulher. Essa divisão não é permitida hoje.

Taxação de apostas

Os deputados aprovaram, ainda, o projeto de lei que taxa as apostas esportivas on-line, as “bets”. O governo estima que vai arrecadar R$ 6 bilhões, ao ano, a partir de 2026. O cálculo é que, em 2024, esse montante comece com valores entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões. As “bets” serão taxadas em 18% e o total será distribuído assim: Seguridade ficará com 2%; Educação, com 1,82%; Esporte, com 6,63%; e Turismo, com 5%. A proposta inclui, ainda, a modalidade de cassinos virtuais.

 

image

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

TRE de SP terá plantão para regularizar título e distribuição de sorvete para atrair jovem

MATHEUS TUPINASÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a aproximação do dia 8 de maio, data final para regularização ou emissão do título de eleitor para as eleições deste ano, os TREs (Tribunais Regionais Federais) de alguns estados pelo país programaram mutirões e ações para atender o maior número possível de solicitantes do documento. O TRE

Polícia de Nova York prende manifestantes pró-palestina na Universidade de Columbia

Agentes do Departamento de Polícia de Nova York entraram na Universidade de Columbia na noite desta terça-feira (30) para dispersar estudantes que mantinham um acampamento pró-palestina. Os manifestantes detidos foram retirados do campus em ônibus, enquanto parte do local foi liberado. Alguns jovens ainda permaneciam do lado de fora dos portões, cantando. Os estudantes detidos

Na véspera do feriado, comissão da Câmara do DF cancela sessão por falta de deputados

A Comissão de Segurança (CS) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encerrou a primeira Reunião Ordinária por falta de quórum, nesta terça-feira, 30, véspera de feriado do Dia do Trabalho. A sessão, que estava marcada para às 14h, foi finalizada com menos de 40 segundos. "Às 14 horas, com a graça de Deus, declaro